quinta-feira, 28 de maio de 2015

49 – Gato preto, gato branco (Crna Macka, Beli Macor) – Iugoslávia (1998)



Direção: Emir Kusturica
Era uma vez uma comunidade de exuberantes ciganos. Dois avós que julgavam estarem mortos, dois jovens apaixonados, uma senhora que queria vender a filha, um rapaz gorducho, um comboio roubado e desaparecido, um burro, um porco, dois gatos e uma fanfarra suspensa na árvore.


Um Kusturica tipicamente bizarro. Com personagens, bichos e situações bizarras, que representam com humor e ironia a cultura cigana que é marca do diretor.

Um dos filmes mais elogiados de sua filmografia, que tem amor, tem morte, vilão, mocinhos. Enfim, tem tudo que um filme clichê pede. A única diferença é que ele é feito por Kusturica. E isso faz toooooda a diferença. 


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terça-feira, 26 de maio de 2015

48 – Sherazade – conte-me uma história (Ehky ya Scheherazade) – Egito (2009)


Direção: Yousry Nasrallah
Hebba é uma apresentadora de TV que ancora um programa bem sucedido de discussão política. Karim, seu marido, é editor-chefe de um jornal de propriedade do governo. O filme revela as tensões e conflitos entre Hebba, com seus ideais, e Karim, com sua ambição pelo poder.


Mais um filme egípcio que põe na pauta diversas questões relacionadas às mulheres e a opressão que vem dos homens, da religião, da sociedade e até delas mesmo. As formas de lidar com o amor, com o relacionamento e com seus conflitos individuais.

Falta ritmo e em alguns momentos a narrativa se perde. Chega a ficar um pouco cansativo. Mas, ainda assim, retrata de forma interessante algumas problemáticas do universo feminino no Egito.

Bom, também, foi rever a bela Alexandria e reescutar os “habib”, “chukran”, “salamaleiko”. É a cultura árabe com seus encantos, mistérios e estranhezas.


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domingo, 24 de maio de 2015

47 – Tristeza do Jeca (idem) – Brasil (1961)


Direção: Amácio Mazzaropi, Milton Amaral
Dois políticos disputam a eleição e no vale-tudo, para angariar votos, tentam enganar os eleitores, simples pessoas do campo, usando o Jeca como cabo eleitoral. O problema é que o Jeca acaba fazendo campanha para os dois e as trapalhadas começam a acontecer resultando em divertidas confusões. primeiro filme colorido de Mazzaropi. Um sucesso enorme de público.

Excelente clássico do cinema nacional.

Um jeca mais esperto do que muito homem sabido.

E revelando as artimanhas e jogo sujo da política coronelista e latifundiária, que desde sempre corrompeu o país. E fazendo isso com humor tão ingênuo quanto engraçado.

Pérola de Mazzaropi.


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sexta-feira, 22 de maio de 2015

46 – Paraíso a Oeste (Eden a l´Ouest) – França (2009)


Direção: Costa-Gavras
Um drama sobre a realidade dos imigrantes ilegais na União Européia. Como Ulysses na Odisséia, Elias, o personagem principal do filme, atravessa o mar, com várias provas e tempestades, e enfrenta "monstros" e "mitos".


Mais um filme europeu a abordar a questão da imigração na Europa. Dessa vez, feita pelo engajado diretor Costa-Gavras.

Diante de um problema tão grave, o diretor preferiu fazer uma abordagem leve, se valendo do recurso do humor em alguns momentos. Assim, ele representou diversas situações na vida/trajetória do imigrante, mas sem produzir uma obra panfletária ou excessivamente dramática.

Se, por um lado, isso permitiu tratar com singeleza uma questão tão complexa, por outro acabou resultando em um filme superficial. A montagem também contribuiu para esse resultado, já que muitas seqüências se transformaram em esquetes, e a narrativa uma colagem desses pequenos casos enfrentados pelo personagem. Ou seja, a opção por representar as diversas possibilidades de situações que um imigrante pode passar em sua jornada, fez com que se trabalhasse menos o psicológico do personagem e a emoção de seus conflitos.

Paraíso a Oeste acabou ficando muito mais interessante por fora, do que por dentro.


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terça-feira, 19 de maio de 2015

45 – O enigma de outro mundo (The Thing) – Estados Unidos (1982)


Direção: John Carpenter
O mestre do terror John Carpenter usa de efeitos especiais e muito suspense nesta versão arrepiante do clássico O Monstro do Ático. No verão de 1982, um time de doze pesquisadores trabalha numa remota estação na Antártica e descobre um ser alienígena submerso na neve há mais de 100.000 anos.


Clássico do gênero de ficção científica.

Obra marcante do diretor John Carpenter, cujo enredo em muito se aproxima de Alien, mas que possui uma narrativa e efeitos especiais melhor elaborados.

Filme indispensável para os amantes do gênero.


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domingo, 17 de maio de 2015

44 – As hiper mulheres (idem) – Brasil (2011)


Direção: Takumã Kuikuro, Carlos Fausto, Leonardo Sette
Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente.


Mais um interessante filme, que contribui com a construção do arquétipo cultural do nosso país. Em outras, palavras, “viva o povo brasileiro”.

O cinema tem esse dom de nos permitir passar por experiências sensoriais e por provocações sobre nossa visão de mundo. Saber o que tem de “real” e o que tem de ficção em um documentário não é o mais importante, mas sim o que a experiência transforma em nosso olhar.

É o caso de As hiper mulheres. Até onde os personagens interpretaram ou a câmera influenciou na naturalidade de suas condutas, pouco importa. Relevante mesmo é a representação de alguns elementos culturais marcantes, como a forma de se relacionar com o sexo e o papel da mulher na tribo. Ao espiar a cultura do outro, conseguimos olhar para dentro de nossa própria cultura.

Essa, talvez, seja a principal provocação do filme: observar a nossa própria cultura.

Que mais tribos e mais índios e índias possam fazer cinema. E que o façam logo. Antes que o Brasil termine de vender todas as almas dos nossos índios num leilão.


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sexta-feira, 15 de maio de 2015

43 – Eu matei minha mãe (J´ai tué ma mère) – Canadá (2009)


Direção: Xavier Dolan
Hubert Minel é um jovem impetuoso de 17 anos que não gosta nem um pouco de sua mãe. Ele despreza suas roupas bregas, o estilo kitsch e as migalhas de pão que sempre ficam no canto de sua boca. Além desses traços, a relação dos dois é pautada pela manipulação e a culpa. Confuso e dividido por uma relação de amor e ódio que o deixa cada dia mais obcecado, o garoto vive uma adolescência que é ao mesmo tempo típica e marginal, marcada por novas experiências artísticas, amizades, sexo e abandono.


Um filme que aborda uma relação conflituosa entre uma mãe e seu filho adolescente, a partir da perspectiva do jovem.

Não sei se eu que tô ficando velho, mas me pareceu uma obra muito... adolescente!

Ainda assim, acredito que faça sentido para os mais jovens e para as mães.

Não chega a ser um filme ruim, mas não empolga. Pelo menos pra mim, que tô ficando velho.


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quarta-feira, 13 de maio de 2015

42 – O espírito da colméia (El espíritu de la colmena) – Espanha (1973)


Direção: Victor Erice
As duas pequenas irmãs Ana (Ana Torrent) e Isabel (Isabel Tellería) moram em terras rurais da Espanha, na década de 40. Elas estão determinadas a encontrar a estranha figura de "Frankenstein" que passará pela região.


Já seria difícil um filme sair ruim, contando com duas atrizes mirins simplesmente apaixonantes. Mas, não só por isso que O espírito da Colméia é belíssimo.

A infância contada com extrema delicadeza, preservando a pureza que as crianças têm e que as fazem capazes de ver o outro com curiosidade e carinho, em vez de medo e repulsa.


De se perguntar: a partir de quando que começamos a nos tornar tão ásperos?


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domingo, 10 de maio de 2015

41 – Casa vazia (Bin jip) – Coréia do Sul (2004)


Direção: Ki-Duk Kim
Um jovem vagabundo invade a casa de estranhos e mora nelas enquanto os donos estão fora. Para pagar a estadia ele realiza pequenos consertos ou faz limpeza na casa. Ele costuma ficar um ou dois dias em cada lugar, trocando de casa constantemente. Até que um dia encontra uma bela mulher em uma mansão.


De uma beleza, sutileza e delicadeza únicas.

O vazio sendo preenchido por aquilo que os nossos olhos não alcançam.

Os sentidos que só fazem sentido se tiver a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo.


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segunda-feira, 4 de maio de 2015

10 (melhores) diretores da Ásia

Um continente diverso, com um cinema que retrata bem a pluralidade dos países, cores, idiomas, credos, belezas, dores e prazeres da Ásia.

Para fechar a lista de 10 diretores, segui os mesmos critérios das listas anteriores. Tentei variar os países e gerações, privilegiando não somente os gênios consagrados, mas também alguns bons nomes da nova geração. Evidentemente, que muita gente boa ficou de hora.

Dos que não entraram na lista, destaco o sul-coreano Joon-ho Bong, os iranianos Asghar Farhadi, Bahman Ghobadi, Mohsen Makhmalbaf, os chineses Ang Lee, Jia Zhangke, Chen Kaige, os japoneses Nagisa Oshima, Shohei Inamura e o tailandês Apichatpong Weerasethakul.

Além de alguns nomes com uma filmografia não muito extensa, mas que dão importantes contribuições ao cinema asiático: Stephane Gauger (Vietnã), Haifaa Al-Mansour (Arábia Saudita), Nhyentse Norbu (Butão), Sergey Dvortsevoy (Cazaquistão), Byambasuren Davaa (Mongólia), Vimukthi Jayasundara (Sri Lanka), Yang Ik-Joon (Coréia do Sul), Majid Majidi (Irã), Rajkumar Hirani (Índia) e Yang Zhang (China).

Enfim, considerações feitas, vamos aos 10 (melhores) diretores da Ásia.

1. Akira Kurosawa (Japão)
Gênio. Encabeça a lista dos diretores asiáticos, mas certamente estaria em qualquer Top 10 do Cinema Mundial. Iniciou sua trajetória com o já premiado A saga do judô. Depois, ainda presenteou o mundo com diversas obras, dentre elas Dodeskaden, Rashomon, Viver e Os sete samurais.








2. Kar Wai Wong (China)
O mestre do amor, das cores, das canções, da fotografia, da sensibilidade. O coração de nenhum espectador é o mesmo depois de ver Amores Expressos, Amor à flor da pele e 2046: os segredos do amor.









3. Hayao Miyazaki (Japão)
E o cinema de animação nunca mais foi o mesmo depois de Miyazaki. Não é à toa, que ele até hoje seduz os corações dos adultos e as mentes das crianças. Alguns de seus clássicos: Meu amigo Totoro, Princesa Mononoke e A viagem de Chihiro.








4. Chan-Wook Park (Coréia do Sul)
Talvez o diretor mais original da nova geração asiática. E um dos mais talentosos ao trabalhar a temática da violência e da vingança. É dele a trilogia da vingança: Mr. Vingança, Oldboy e Lady Vingança, além do excelente Zona de Risco.








5. Yasujiro Ozu (Japão)
Simples, sutil e delicado. As obras de Ozu são verdadeiras fontes históricas para se conhecer um Japão que certamente não existe mais. Não apenas pelas transformações do país, mas pela transformação das pessoas, da cultura. Talvez ninguém tenha abordado com tamanha sensibilidade as relações familiares e humanas do Japão. É dele Era uma vez em Tóquio.







6. Zhang Yimou (China)
De profunda beleza as obras de Yimou. Suas cores e sua preocupação estética costuram a própria essência e sentimento de seus personagens. É um daqueles diretores que consegue expressar muito, sem precisar de muitas palavras. É dele Nenhum a menos e Lanternas vermelhas.








7. Satyajit Ray (Índia)
Um dos mais premiados diretor indiano. Ray soube falar de questões pessoais, ao mesmo tempo em que representava toda uma sociedade. É assim em A sala de música, que conta e canta a decadência.









8. Abbas Kiarostami (Irã)
Impossível não falar de cinema iraniano sem citar Kiarostami. O diretor é uma das maiores referência de seu país, inclusive com produções estrangeiras. São dele os premiados Gosto de Cereja e Close-up, além de Um terno de casamento.








9. Kenji Mizoguchi (Japão)
Referência do cinema japonês, fazendo contos e sonhos se fundir com a realidade. É dele Contos da Lua Vaga, além de diversas outras obras que representam um Japão antigo e suas mulheres.









10. Ki-duk Kim (Coréia do Sul)

As obras do diretor sul-coreano são de uma delicadeza única. É impressionante como ele consegue fazer o silêncio se expressar e como consegue encher de vida e significado os espaços vazios. É dele Primavera, Verão,Outono, Inverno... e Primavera.

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