quarta-feira, 30 de setembro de 2015

90 – Goodnight Mommy (Ich seh, Ich seh) – Áustria (2014)


Direção: Severin Fiala, Veronika Franz
No calor do verão, uma casa isolada no campo, entre bosques e campos de milho. Gêmeos de dez anos de idade esperam por sua mãe. Quando ela volta, com a cabeça envolta em ataduras após uma cirurgia plástica, nada é como era antes. Severa e distante, ela fecha a família para o mundo exterior. Começando a duvidar que esta mulher é realmente sua mãe, os meninos estão determinados a encontrar a verdade de qualquer maneira.


O filme começa com ares previsíveis, repetitivo e até entediante. Mas vem a virada e fica difícil para o espectador não se angustiar com os novos acontecimentos. Por fim, um desfecho surpreendente – pelo menos para alguns (eu, por exemplo).

Quem for ver o filme esperando tomar sustos ou com o objetivo de matar a charada, pode se decepcionar. A obra vai além desses elementos e alcança os limites físicos e psicológicos do ser humano para lidar com seus traumas.


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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

89 – Apenas uma vez (Once) – Irlanda (2006)


Direção: John Carney
Dublin, Irlanda. Um músico de rua (Glen Hansard) sente-se inseguro para apresentar suas próprias canções. Um dia ele encontra uma jovem mãe (Markéta Inglová), que tenta ainda se encontrar na cidade. Logo eles se aproximam e, ao reconhecer o talento um do outro, começam a ajudar-se mutuamente para que seus sonhos se tornem realidade.



Lindo filme!


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sábado, 26 de setembro de 2015

88 – Juventude desenfreada (Seishun zankoku monogatari) – Japão (1960)


Direção: Nagisa Öshima
Dois jovens se conhecem e iniciam uma relação amorosa conturbada. Para ganharem algum dinheiro começam a cometer armações que podem os levar a ruina.


Não gostei não.



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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

87 – Koyaanisqatsi (Koyaanisqatsi) – Estados Unidos (1982)


Direção: Godfrey Reggio
Uma obra-prima cinematográfica tão extraordinária que é um deleite para os sentidos, um estímulo para a mente e que acaba por "redefinir o potencial da arte de fazer cinema".



Que filme sensacional!


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terça-feira, 22 de setembro de 2015

86 – Jubiabá (idem) –Brasil (1986)


Direção: Nelson Pereira dos Santos
O amor do negro Antônio Balduíno pela loura Lindinalva. Tudo começou quando ele, ainda criança, foi morar na casa do Comendador Ferreira, pai de Lindinalva. O pequeno órfão ganhou a proteção do chefe da casa e o ódio da empregada portuguesa, Amélia.

Uma pena que uma obra literária tão espetacular, mesmo nas mãos de um grande diretor de cinema, tenha tido uma produção tão ruim. As dublagens e as atuações matam o filme.

Pelo menos, o final é lindo.


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domingo, 20 de setembro de 2015

85 – Anina (Anina) – Colômbia/Uruguai (2013)


Direção: Alfredo Soderguit
Anina Yatay Salas: um nome e dois sobrenomes palíndromos. Anina vive em Montevideo e vai ao colégio primário; seus coleguinhas lhe enchem o saco por seu nome e sobrenomes. No colégio, Anina tem uma melhor amiga, mas também há uma garota com a qual não se dá nada bem: Yisel. Um dia briga com ela no recreio e a partir daí, começam seus problemas...


Coisa mais linda! E ainda por cima, produção de nossos hermanos da Colômbia e Uruguai.

Já na lista pra rever ao lado da filha que um dia terei...


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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

84 – Fome (Hunger) – Irlanda do Norte (2008)


Direção: Steve McQueen
Durante o ano de 1981, ocorreu um dos mais violentos motins no presídio Maze Prison, na Irlanda do Norte. O evento ganhou proporções alarmantes e no epicentro da rebelião estava o prisioneiro Bobby Sands (Michael Fassbender), que, disposto a levar a mente e o corpo aos limites da capacidade humana, inicia uma greve de fome.


Uma história impactante sobre um dos momentos mais marcantes da história da Irlanda do Norte, durante os conflitos entre separatistas e unionistas.

Uma atuação primorosa do ator Michael Fassbender.

E uma ótima estreia do diretor Steve McQueen, que posteriormente fez Shame e 12 Anos de Escravidão.


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terça-feira, 15 de setembro de 2015

83 – Atlantic Rhapsody (Atlantic Rhapsody – 52 myndir úr tórshavn) – Ilhas Faroé (1989)


Direção: Katrin Ottarsdóttir
Atlantic Rhapsody retrata cenas fictícias num dia da vida comum (na maioria dos casos) de alguns habitantes de Tórshavn, capital das Ilhas Faroe.


Uma das magias do cinema é te transportar para qualquer lugar do mundo. É bem provável que eu jamais conheça as Ilhas Faroé. Até tenho essa vontade, mas as chances são poucas. Só mesmo o cinema pra me levar até lá e passear pelas ruas e personagens da região.

A obra apresenta esse país de 50 mil habitantes (um Barradão lotado) a partir de um roteiro muito bem elaborado que vai criando as conexões entre as diversas situações, personagens, particularidades e bizarrices que existem em qualquer cidade do mundo. Um país representado a partir de uma colagem de pequenos instantes.

Filme bem interessante!


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domingo, 13 de setembro de 2015

82 – A boa vida (La buena vida) – Chile (2008)


Direção: Andrés Wood
Imersa no redemoinho urbano, cada um atrás do seu sonho: Teresa (Aline Kupenheim) uma psicóloga que tenta salvar vidas, Edmundo (Roberto Farias) um cabeleireiro que deseja ter um carro, Mario (Eduardo Paxeco) quer vir para a Filarmônica, e Patricia (Paula Sotelo) sobrevive. Cada um anseia por algo que parece ter um preço acessível. Ninguém consegue. O que obterão será inesperado.

Confesso que não capitei direito a mensagem.

Criei uma expectativa que o filme não cumpriu.

Mas, ainda assim, o filme vale pela leveza. É bom de assistir. Sabe caminhar pelo humor e até pela dor com bastante simplicidade, no ritmo de nossas vidas.


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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

81 – O Estopim (idem) – Brasil (2014)


Direção: Rodrigo Mac Niven
A coragem da família e de amigos de Amarildo, assassinado por policiais militares dentro da sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha em julho de 2013, se transformou em símbolo de resistência e luta da sociedade civil contra a violência do Estado. O caso foi o estopim não apenas para a mobilização de outras comunidades, mas principalmente para expor as fragilidades de um projeto de segurança pública militarizado.

Particularmente, não me agradam muito os documentários de um ponto de vista só. Filmes que são feitos pra ratificar uma versão já pré-concebida. Ainda que o fato em questão seja significativo, que é o caso de O Estopim. O filme retrata o sumiço de Amarildo, um acontecimento que se tornou símbolo da discussão sobre a atuação da polícia e das UPPs.

O filme não traz informações sobre o caso que já não sejam de conhecimento geral e ainda tem essa opção de apresentar uma perspectiva só. Mas, não deixa de ser importante e significativo cravar o “caso Amarildo” no cinema.

Algumas falas, no entanto, são fundamentais. Discussões que abrem o debate sobre a política de segurança e as ações militares nas favelas.


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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

80 – Pixo (idem) – Brasil (2009)


Direção: João Wainer; Roberto Oliveira
O impacto da pichação como fenômeno cultural na cidade de São Paulo e sua influência internacional como uma das principais correntes da Street Art. O filme participou da exposição Né dans la Rue (Nascido na Rua), da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, em Paris. O documentário mostra a realidade dos pichadores, acompanha algumas ações, os conflitos com a polícia e mostra um outro olhar sobre algumas intervenções já muito exploradas pela mídia.


São Paulo: a babilônia representada pelas pichações e pelos pichadores!


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domingo, 6 de setembro de 2015

79 – Um dia muito especial (Uma giornata particolare) – Itália (1977)


Direção: Ettore Scola
Roma, 6 de maio de 1938. Benito Mussolini e Adolf Hitler se encontraram para selar a união política que, no ano seguinte, levaria o mundo à 2ª Guerra Mundial. Praticamente toda a população vai ver este acontecimento, inclusive o marido fascista de Antonietta (Sophia Loren), uma solitária dona de casa que conhece acidentalmente Gabriele (Marcello Mastroianni), seu vizinho, quando seu pássaro de estimação foge e ela o encontra pousado na janela do vizinho.


Eu ainda consigo me surpreender com Ettore Scola.

Esse magnífico diretor, sem dúvidas, é um homem a frente de seu tempo. É impressionante sua capacidade de relacionar situações cotidianas e pessoais, dentro de um contexto como o de guerra mundial. Enquanto ouvimos e pouco nos lixamos com o encontro de Hitler e Mussolini, nossos olhares se perdem, se divertem e se emocionam com o dia especial na vida de Antonietta e Gabriele – interpretados, nada mais, nada menos, por Sophia Loren e Marcello Mastroianni.

E, como se não bastasse, surpreende o espectador, com tabus que em 2015 já incomoda tanta gente, imagine em 1977.

Lindo! Sutil! Encantador!


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O arquivo possui 2 links:
Link 1: 704 MB (com algumas falhas na imagem durante algumas cenas, mas não chega a comprometer o filme)
Link 2: 1,7 GB (eu não testei, então não posso assegurar a qualidade do arquivo)

terça-feira, 1 de setembro de 2015

10 (melhores) diretores e diretoras do Leste Europeu

Uma das regiões mais confusas do planeta. O leste europeu no século XX se tornou uma verdadeira babilônia, tornando qualquer mapa geográfico defasado e obrigando professores e professoras a se atualizarem para saber qual país ainda existe e quais são as novidades.

Desse caos geopolítico, brota um cinema impactante! As obras da região, sobretudo as dos balcãs são promissoras, com produções modernas, irônicas e carregadas de simbolismo.

Portanto, para valorizar as obras mais recentes, é que preferi indicar diretores e diretoras que estão na ativa. Por conta disso, ficam de fora alguns gênios consagrados da história mundial, como os soviéticos Sergei Eisenstein, Andrei Tarkovsky, Dziga Vertov, Elem Klimov e Mikhail Kalatozov.

Abaixo, a lista dos 10 diretores e diretoras que vêm projetando o leste europeu para o resto do mundo.


1. Emir Kusturica (Sérvia)
Kusturica nasceu em Sarajevo, atual capital da Bósnia e Herzegovina. Apesar disso, ele é sérvio, já tendo sido da Iugoslávia e da Sérvia e Montenegro. Toda essa confusão dos Balcãs se reflete nas obras do diretor, um dos maiores do cinema contemporâneo. Uma fragmentação da identidade e uma “vida cigana” de um povo em constante transformação geopolítica. Kusturica traduz esse contexto em histórias e personagens tão bizarros quanto. E tão cômico, porque de trágico já basta a vida. É dele: Underground, Vocêse lembra de Dolly Bell? Vida Cigana e Gato Preto, Gato Branca.


2. Andrzej Wajda (Polônia)
O diretor polonês tem 89 anos e cerca de trinta obras realizadas. É dele O Homem de Ferro, um dos filmes mais importantes da filmografia polonesa. Aliás, a Polônia é personagem comum em suas histórias, muitas delas com grande carga dramática e teor político.







3. Dorota Kedzierzawska (Polônia)
De uma sensibilidade única, os dramas realizados pela diretora polonesa são sutis e, ao mesmo tempo, ferozes. Faz balançar qualquer espectador, fazê-lo sentir, refletir e se emocionar. É dela: Corvos, Eu existo e Hora de morrer.





4. Jasmila Zbanic (Bósnia)
A jovem diretora tem apenas 3 longas e um curta no compilado História de Direitos Humanos. Apesar de ter poucas produções, a diretora já revela um grande talento. Em seus filmes, ela consegue tratar de dramas pessoais e universais, mas sempre tendo a Bósnia de pano de fundo. O pós-guerra e o país em reconstrução são elementos presentes em suas obras, dialogando, subjetivamente, com os próprios personagens. É dela Em Segredo.





5. Béla Tarr (Hungria)
Um dos diretores mais renomados do leste europeu, Béla Tarr realizou seu último filme em 2011. Para os fãs, ficou a expectativa de que o diretor volte a filmar. O seu estilo apaixona alguns e entedia outros, com suas obras em que o silêncio fala mais que os diálogos, que a duração dos plano diz muito, e que a fotografia é tão importante quanto a narrativa. É dele o elogiado As Harmonias de Werckmeister.





6. Aleksandr Sokurov (Rússia)
Um dos maiores nomes do cinema russo. O experiente diretor tem uma longa filmografia, boa parte dela transformando passagens e conflitos da história mundial em obras artísticas projetadas na tela do cinema. É dele Mãe e filho, Arca Russa e O Sol.








7. Martin Sulík (Eslováquia)
Com um traço bastante autoral, Sulík divide opiniões. Há quem não o suporte. E há quem consiga viajar nas fantasias criadas pelo diretor e desfrutar as suas obras mágicas. O fato é que ele tem um traço particular e uma grande habilidade de usar o cinema para fazer o espectador sonhar. É dele O Jardim.







8. Cristian Mungiu (Romênia)
Com uma filmografia curta, o diretor ganhou fama internacional com o premiado 4 meses, 3 semanas e 2 dias. O diretor compõe a nova safra do cinema romeno, uma das melhores e mais promissoras do leste europeu.









9. Sergei Loznitsa (Bielorrúsia)
Apesar de bielorusso, o diretor realiza produções ucranianas, registrando as marcas do processo histórico nessa região. Loznitsa é autor de diversos curtas e alguns longas elogiados, que o torna um dos nomes mais promissores do cinema ucraniano.








10. Jan Sverák (República Tcheca)

Projetado com o premiado Kolya, o diretor tcheco foge um pouco do perfil de seus colegas do leste. A estética de suas obras é simples, com a narrativa e os personagens sendo os destaques. As histórias são leves, ainda que emocionantes, com uma dose certa de humor.

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