segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

120 – Alive Inside (Alive Inside) – Estados Unidos (2014)


Direção: Michael Rossato-Bennett
Com a ajuda de um assistente social (Dan Cohen) e do famoso neurologista Oliver Sacks (autor do livro " Alucinações Musicais"), o diretor desse incrível documentário capta a transformação ocorrida em pacientes de um lar de idosos, que tem seus iPods carregados com músicas de suas juventudes.


Apesar de uma direção bastante apelativa, é quase impossível não se emocionar e se sensibilizar com a reação de pessoas despertando para a vida graças a uma simples música. O poder da canção e toda a crosta de emoções que a envolve, guardadas no fundo da mente e da alma humana.

E é com esse belo filme, que fala sobre fim e de tudo que vem antes, que o 366filmesdeaz encerra os trabalhos de 2015.

Nesse ano foram 120 filmes vistos, comentados e compartilhados. Além de dois especiais: 70 filmes de diretoras brasileiras e estrangeiras; e 90 filmes de diretores negros e diretoras negras.

Foram 25 filmes nacionais, com destaque para o lançamento “Branco sai, Preto fica”; o raro “Limite”; o clássico “Tristeza do Jeca”; além de ótimos documentários como “Utopia e Barbárie”, “As hiper mulheres” e “Esse homem vai morrer”.

Além dos nacionais, foram 14 outras obras latino-americanas. Destaque para o argentino “Relatos Selvagens”; o mexicano “Depois de Lúcia”; o cubano “Juan dos Mortos”; o venezuelano “Hermano”; o uruguaio “O quarto de Leo”; o peruano “Contracorriente”; e o uruguaio-colombiano “Anina”.

Da África, foram 6, dentre eles o clássico argelino “A Batalha de Argel”, o documentário de Burkina Faso “Memória entre duas margens” e o queniano “Soul Boy”.

Da Ásia, foram 12, em sua maioria de diretores que eu sou particularmente fã: “Sonhos” de Kurosawa, “Casa Vazia” de Kim ki Duk, “Zona de Rico” de Chan-Wook Park, “Anjos Caídos” de Kar Wai Wong e “Fireworks Wednesday” de Asghar Farhadi.

Do leste europeu, só coisa boa: “A morte do sr. Lazarescu” (Romênia), “Trens estreitamente vigiados” (Tchecoslováquia), “As harmonias de Werckmeister” (Hungria) e “Gata preta, gato branco”, do gênio sérvio Kusturica.

Dos Estados Unidos, foram 20 filmes, dentre eles o melhor que passou no ano: “Birdman”. Mas teve também “A origem”, “Waking Life”, “Vício inerente”, “O grande hotel Budapeste”, “Cidade dos sonhos”, “A conversação”, “Vanilla Sky” e “Nashville”.

Da França, teve “Azul é a cor mais quente”. Da Itália, “Um dia muito especial”. Da Suécia, “Sonata de Outono”. Da Polônia, “Hora de Morrer”. Da Áustria, “Amor”. Da União Soviética, “A despedida”. Da Inglaterra, “Os sapatinhos vermelhos”. Da Espanha, “O espírito da colmeia”. Da Alemanha, “Berlim – sinfonia da metrópole”. De Portugal, “A cara que mereces”. Da Holanda, “Lúcia de B.”. E das Ilhas Faroe, “Atlantic Rhapsody”.

E teve a bela animação “Persépolis”.

Também foram muitos e bons documentários: “O Sal da Terra” (França); “Para atirar em um elefante” (Palestina); “Close-up” (Irã); “As cinco obstruções” (Dinamarca) e o mais impactante: “Koyaanisqatsi” (EUA).

Que 2016 nos brinde com um caminhão de bons filmes. São cada vez mais necessários. Rumo a 1 milhão de acessos, o 366filmesdeaz deseja um feliz ano novo, em especial para todos e todas que passaram por aqui, nem que fosse pra dizer “o link tá fora, tem como postar de novo”. É sempre um prazer ser uma formiguinha nesse infinito campo da internet, contribuindo para que o cinema do mundo alcance todo o mundo, e que faça dele um lugar melhor para se viver.

É assim mesmo a vida, é pra compartilhar!


Feliz 2016!


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domingo, 27 de dezembro de 2015

119 – Sonhos (Dreams) – Japão (1990)


Direção: Akira Kurosawa
Oito sonhos.


É simplesmente incrível a facilidade que Kurosawa tem para compor uma fotografia, brincar com as cores, com a mise-em-scène, com a luz. Se com o preto e branco o diretor já fazia coisa, com uma paleta de cores na mão, Kurosawa conseguiu transformar a tela do cinema em um quadro em movimento, revelando uma das mais belas pinturas que o cinema já viu.

E, além da forma, ainda tem o conteúdo...

Resumindo: obra-prima!


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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

118 – A cara que mereces (A cara que mereces) – Portugal (2004)


Direção: Miguel Gomes
O filme gira em torno de Francisco, um professor à beira de uma claustrofobia emocional com a crise dos 30 anos, que é tentado a ser convencido do dogma: “Até os 30 anos, tem-se o rosto que Deus lhe deu: depois disso, tem o rosto que se merece”. Na data do aniversário, Francisco adquire sarampo e fica de quarentena e, assistido por sete amigos, se vê induzido a uma série de questionamentos cômicos de sua infância.


Esta é a lista das regras:
É proibido ler livros com letra pequena e sem figuras.
É proibido contar segredos.
É (quase sempre) proibido aceitar presentes de estranhos.
É proibido comer peixe e vegetais - que como todos sabem são coisas nojentas.
É proibido apagar a luz quando estamos no banheiro.
É proibido contar passos.
É proibido fingir estar com febre pra não lavar a louça.

A lista das regras é pra ser cumprida, mas nem tudo é proibido.

É permitido subir na árvore pra roubar ovos.
É permitido espiar pela fechadura.
É permitido jogar pedra no rio e contar os saltos.
É permitido pregar susto nos outros e contar pétalas das flores.
É permitido arrancar o rabo das lagartixas ou outros bichos do campo.

Fora isso, podem brincar o quanto quiserem
Mas se quebrarem as regras, sofrerão as consequências.

Esta é a lista das regras:

É proibido colocar fogo nos montes de feno.

Só um pode entrar no meu quarto, desde que segure a respiração para não me acordar.


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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

117 – Memória entre duas margens (Mémoire entre deux rives) – Burkina Faso (2002)


Direção: Frédéric Savoye; Wolimité Sié Palenfo
Fréderic Savayone e Wolimité Sié Palento revisitam a história da colonização francesa na região Lobi, a sudoeste de Burkina Faso. Nessa região, aldeias e famílias ainda estão marcadas pela lembrança desse período doloroso. Comparada aos arquivos dos administradores coloniais, a tradição oral permite restaurar cerca de um século de história, desde a chegada dos primeiros brancos até os dias de hoje. Através de depoimentos transmitidos de geração em geração, o filme desenvolve uma reflexão crítica a respeito da colonização e suas conseqüências individuais, sociais e religiosas.

Memória entre duas margens é o cinema fazendo aquilo que os livros de história não alcançam e somente a oralidade não garante. É a resistência da memória na construção e afirmação da identidade.

O filme aborda a invasão francesa na Burkina Faso, a exploração, a escravidão e a destruição geográfica, cultural, étnica. Por lá, algo recente. Mas muitas das relações retratadas se assemelham com o que passou por aqui e ainda segue vivo.

Memória entre duas margens é a história sendo representada por quem a viveu e a carrega em suas cicatrizes, rugas, cor, mente, fantasia, espírito e memória.


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domingo, 20 de dezembro de 2015

116 – Tanga – deu no New York Times (idem) – Brasil (1987)


Direção: Henfil
O ditador de uma república fictícia do Caribe recebe, diariamente, um exemplar do "The New York Times", enviado pelo sobrinho. Por intermédio do jornal, ele toma contato com o mundo. Grupos de guerrilheiros tentam neutralizar o sistema de informação.


Extremamente atual. Com humor e inteligência, Henfil tece críticas e tira sarro da direita, da esquerda, da traseira, da mídia e do mundo que ela constrói. Os atores são tão bons quanto os personagens. A fantasia é extremamente verossímil.

Tanga é uma joia rara do cinema nacional, infelizmente pouco conhecida. Um dos melhores filmes da filmografia brasileira.


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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

115 – A malvada (All about Eve) – Estados Unidos (1950)


Direção: Joseph Mankiewicz
Na noite de entrega do prêmio Sarah Siddons, todas as atenções se voltam para Eve Harrington (Anne Baxter). Utilizando o flashback, a vida de Eve é revelada, desde quando conheceu e foi contratada como secretária de Margo Channing (Bette Davis), uma grande estrela da Broadway.


Clássico estadunidense, com ótimas interpretações. Uma cutucada nos bastidores da fama, com suas redes de intrigas, hipocrisia, falsidade e puxadas de tapete para se alcançar o status de celebridade.



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sábado, 12 de dezembro de 2015

114 – A lenda do pianista do mar (La legenda del pianista Sull´oceano) – Itália (1998)


Direção: Giuseppe Tornatore
Um garoto nasce em pleno alto-mar, ganhando o nome do ano em que nasceu: 1900. A criança cresce num mundo encantado de fortes ventos tempestuosos e cobertas balançando, conhecendo toda a existência disponível a seu toque nos confins do transatlântico em que nasceu. Já crescido, seu talento natural no piano chama a atenção da lenda do jazz Jelly Roll Morton, que sobe a bordo para desafiar 1900 para um duelo. Indiferente com sua súbita notoriedade, 1900 mantém uma fixação pelo mar, sendo sempre seduzido pelos sons do oceano.



E no meio de tanta tragédia acontecendo no mundo, filmes como esse faz renovar a esperança na humanidade. Se um ser humano foi capaz de produzir uma obra tão bonita como essa, carregado de sensibilidade e emoção, é porque nem tudo tá perdido.


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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

113 – O buraco (Dong) – Taiwan (1998)


Direção: Tsai Ming-liang
A sete dias do século 21, em Formosa, a chuva não diminui, há uma epidemia e um bairro terá que ser evacuado. Mas alguns residentes recusam-se a sair. Um encanador não consegue consertar um vazamento e ainda deixa um enorme buraco no meio da sala, deixando à mostra a moradora de baixo. Ela estoca papel higiênico e imagina-se cantando e dançando nos braços de seu vizinho.



Hun... sei não, viu. Tanta gente que elogia esse filme, que fico até sem saber se o problema foi comigo ou se o filme é que é chato pra caramba. As sequencias musicais, essas sim, são muito boas.


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domingo, 6 de dezembro de 2015

112 – El rati horror show (El rati horror show) – Argentina (2010)



Direção: Enrique Piñeyro, Pablo Tesorier
Documentário que retrata o caso de Fernando Ariel Carrera, acusado pela polícia por um crime que não cometeu e condenado a trinta anos de prisão.


Um caso polêmico que ocorreu na Argentina. A luta da defesa para provar a inocência do réu, dentro de um sistema cujos nós são difíceis de desfazer, sobretudo quando a “contra-acusação” recai em cima de policiais e juízes. O filme é totalmente tendencioso e às vezes o advogado/cineasta força a barra. Mas, ainda assim, um documentário interessante.


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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

111 – O discreto charme da burguesia (Le charm discret de la bourgeoisie) – França (1972)


Direção: Luis Buñuel
Mistura de situações reais da história com os sonhos e devaneios dos personagens. O filme se passa numa tarde onde alguns amigos se encontram para jantar. Crítica às situações e a hipocrisia da vida social burguesa.



O discreto charme daqueles que não valem nada, mas ocupam espaços de poder. Daqueles imorais que criam morais. Daquela cúpula de aristocratas que são respeitados pelas instituições, quando, na verdade, deveriam ser derrubados pela sociedade. O discreto charme daqueles que têm uma ficha pra lá de suja e ainda têm legitimidade para decidir sobre o futuro da nação. Tão surrealista que no filme provoca risos. Mas na realidade não tem tanta graça assim. O discreto charme da hipocrisia.



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