domingo, 30 de junho de 2013

60 - Quatro noites com Anna (Cztery noce z Anna) – Polônia (2008)


Direção: Jerzy Skolimowski
Léon é um homem de meia-idade que mora numa pequena cidade da Polônia e trabalha num hospital. No passado, ele foi testemunha de um estupro brutal. Agora, a jovem vítima Anna trabalha no mesmo hospital que ele.

Até onde é amor, até onde é doença?

Quatro noites com Anna é tenso, inacreditável, nebuloso.

O filme começa com ares de terror. Algumas pistas dão a entender que coisas sombrias estão por vir. Mas quando as coisas começam a fazer sentido, é que se percebe que ainda há muita coisa para fazer sentido, mas que nem tudo fará. Estamos diante de Okrasa, um personagem perturbado, ingênuo. Suas ações são tão fantasiosas quanto sua mente. E o seu amor é tão sutil quanto sua sanidade.

O suspense e o clima de tensão duram até o fim, mas aos poucos vai se diluindo, até chegar em um desfecho esperado.


Fica uma sensação de estranhamento.



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sexta-feira, 28 de junho de 2013

59 - Sexo com amor (Sexo con amor) – Chile (2003)


Direção: Boris Quercia
Tudo começa numa reunião de pais e mestres, durante a qual será discutida a melhor forma de educar os filhos nas artes do amor. Inibições, moralismos e segredos acabam vindo à tona, em especial quando as relações entram numa instável gangorra de emoções, que destrói casais antigos e forma novos. Os adultos revelam, portanto, estar completamente despreparados para lidar com o tema.

Ah, o amor.
Hummmmmmmmmmm, o sexo!




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quarta-feira, 26 de junho de 2013

58 - O salário do medo (Le salaire de la peur) – França (1953)


Direção: Henri-Georges Clouzot
Mario (Yves Montand) é um estrangeiro que vive de bicos na América do Sul e sonha em voltar para a França. Uma companhia de petróleo americana, que domina a região, propõe a Mario e outros três homens estrangeiros que levem um carregamento de nitroglicerina para explodir um poço de petróleo em chamas. Em troca eles receberão 2 mil dólares. Todos estão dispostos a arriscar a vida e fazem a viagem nas esburacadas estradas, onde qualquer solavanco mais forte poderá jogar os aventureiros pelos ares.


Um clássico. Filme tenso, que melhor define o gênero “aventura”.

O salário do medo impressiona pela capacidade de tornar tão reais cenas em que a própria filmagem seria arriscada. Claro, levando em conta que ele foi produzido em 1953, o que devem ter sido ainda mais desafiadoras as gravações.

Yves Montand excelente no papel.

E, enfim, a eterna pergunta: quanto vale a vida?


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domingo, 23 de junho de 2013

57 - Ruby Sparks – a namorada perfeita (Ruby Sparks) – EUA (2012)


Direção: Jonathan Dayton; Valerie Faris
Calvin é um jovem romancista que alcançou um enorme sucesso no início de sua carreira, mas agora está passando por um bloqueio com sua escrita e com sua vida amorosa. Finalmente, ele faz uma descoberta e cria uma personagem inspiradora, chamada Ruby. Semanas depois, quando Calvin encontra Ruby, em carne e osso, sentada em seu sofá, ele fica completamente surpreso que suas palavras transformaram-na em uma pessoa real.

Apesar do título, este não é mais um besteirol americano.

O filme é divertido e mamão com açúcar. Mas também tem uma sequência tensa, provocadora e delirante.

Os atores Paul Dano (talentoso e sempre com cara de criança) e Zoe Kazan estão brilhantes. A atriz, então, teve um papel desafiador e soube fazê-lo muito bem. E como se não bastasse, Zoe ainda é a roteirista do filme.


Ruby Sparks – uma boa pedida para um domingão de chuva.


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quarta-feira, 19 de junho de 2013

56 - O amor natural (idem) – Holanda (1996)


Direção: Heddy Honigmann
Documentário que traz poemas eróticos escritos por Carlos Drummond de Andrade, publicados após a morte do escritor.

O título do filme é “O amor natural”, mas que de natural ele não tem é nada.

A produção holandesa percorre o Rio de Janeiro, apresentando para os moradores da cidade poemas eróticos escritos por Carlos Drummond de Andrade.

Do ponto de vista literário, ótimo. São poesias pouco conhecidas e que revelam que o poeta entendia muito de sexo e que tinha uma capacidade enorme de, com as palavras corretas, tornar atraente algo que é moralmente um tabu (ainda mais em uma sociedade de quase 20 anos atrás).

Só que do ponto de vista cinematográfico, o filme é terrível. A intenção era mostrar a reação de “pessoas comuns” diante dos poemas. No entanto, é notório que quem está ali são atores ou pessoas que nitidamente interpretam sua cena, como bem queria a direção. Aliás, pude reconhecer uns dois ou três que de fato são atores. As reações, portanto, soam falsas e previsíveis, o que destrói o caráter documental da obra.


Portanto, para quem gosta de Drummond (e de sexo verbal), é um bom filme. Mas para quem gosta de cinema (e ainda mais se tiver acostumado com Eduardo Coutinho), a obra é incômoda.



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domingo, 16 de junho de 2013

55 - Platoon (Platoon) – Estados Unidos (1986)


Direção: Oliver Stone
Chris é um jovem recruta recém-chegado a um batalhão estadunidense no Vietnã. Ele foi voluntariamente participar da guerra, pois acredita estar defendendo o seu país e honrando seu pai e avô, que participaram da II e I Guerra, respectivamente.

Em 1979, o ator Martin Sheen interpretou um Capitão que seguiu pelo território do Camboja atrás de um desertor (Marlon Brandon) que havia se tornado um líder de uma multidão de fanáticos. No meio do caminho, loucura, violência e, claro, “o horror, o horror”. Tudo isso está em Apocalypse Now, de Coppola.
Já em 1986, o protagonista da vez foi o filho de Martin, o hoje comediante Charlie Sheen. A guerra no Vietnã. O cenário selvagem são parecidos. E iguais é a loucura, violência e horror de uma guerra que para quem está no front aparenta não ter nenhum sentido.

Uma ótima representação de Oliver Stone sobre o confronto no Vietnã! E considerado um dos melhores filmes de guerra.


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quinta-feira, 13 de junho de 2013

54 - Revolver (Revolver) – Inglaterra (2005)


Direção: Guy Ritchie
Apostador entra num jogo sem saber que as consequências podem ser mortais. 

Revolver é bastante estiloso, tem uma montagem fantástica e uma história que prende a atenção do início ao fim.

O estilo mantém o nível e semelhanças com Snatch e Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, do diretor Guy Ritchie. Ele também assina o roteiro, junto com Luc Besson, de O Profissional e Subway. Ou seja, dois grandes caras que sabem o que fazem.

E o suspense e tensão do filme são constantes, fazendo com que o espectador não queira perder nenhum detalhe e fique ansioso pelo término, para saber o que irá acontecer e matar a charada.

O problema é que o filme acaba de forma surpreendente e a charada fica em aberto.

Muitos não gostaram dele por conta disso, acharam que apesar de ser bem elaborado é confuso. Outros dizem que “quem não gostou é porque não entendeu”.


Eu gostei. Mas não entendi!


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domingo, 9 de junho de 2013

53 - A noite (La Notte) – Itália (1961)


Direção: Michelangelo Antonioni
Após dez anos de casamento, Lídia e Giovani passam uma noite permeada de momentos de angústia e luxúria, numa busca involuntária de respostas para a crise de seu relacionamento. 

A noite é o segundo filme da chamada “Trilogia da Incomunicabilidade” de Antonioni.

Um filme em que a falta de diálogo entre o casal protagonista faz parecer insuperável o distanciamento entre eles. Mas, uma noite, a noite, a novidade, faz com que Lídia e Giovani testem todo o seu amor (ou o que resta dele) pelo outro.

Não é só um filme sobre um casal em crise. Mas é sobre indivíduos e sua capacidade de ser responsável ou displicente, companheiro ou egoísta, apaixonante ou desprezível. E, sobretudo, a capacidade de amar.

E quando consegue, finalmente, se comunicar, talvez seja tarde demais. Talvez.



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quinta-feira, 6 de junho de 2013

52 - Fallen (Krisana) – Letônia (2005)



Fallen (Krisana) – Letônia (2005)
Direção: Fred Kelemen
A linha narrativa segue a história de Matiss, um solitário funcionário público que investiga a vida de uma mulher que se suicidou.

Fallen (ou Krisana) é um filme aparentemente de baixo orçamento e que parece ter sido feito por jovens estudantes de cinema. Só que isso não é nenhum demérito.

O clima noir do filme em preto e branco casou muito bem com a narrativa, uma espécie de conto dramático, onde o suspense conduz toda a história. A investigação feita pelo protagonista – que, de repente, se vê dentro de uma situação inusitada e um tanto absurda – vai instigando a curiosidade do espectador.

O trabalho de câmera também é cuidadoso. Os diversos planos-seqüência e sua fotografia, soam como um exercício técnico bem elaborado.

E, por fim, o desfecho é interessante.

Ponto para a Letônia e seu diretor Fred Kelemen, alemão de 50 anos.



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terça-feira, 4 de junho de 2013

51 - Amor à flor da pele (Fa yeung nin wa) – China (2000)


Direção: Wong Kar-wai
Casal de vizinhos descobre que estão sendo traídos pelos seus respectivos cônjuges. Se apoiam e descobrem sentimentos em comum.

Se um indivíduo quiser aprender a como filmar uma cena, a partir do melhor plano; sobre como posicionar uma câmera; noções de enquadramento; fotografia; e trilha sonora – ele pode frequentar um curso extenso, ler livros e manuais. Ou, pode simplesmente ver Amor à flor da pele.

Wong Kar-wai sabe como transformar uma história banal em uma história de impacto a partir de sua maior arma: a câmera em suas mãos.

A trilha sonora também é um caso à parte. São poucos os diretores que ousam repetir as mesmas músicas do início ao fim. E são poucos os filmes em que isso funciona. “California Dreamin” funcionou no apaixonante Amores Expressose os boleros e tangos argentinos caíram como uma luva em Amor à flor da pele.

Nesse filme, o diretor deu uma aula de técnica cinematográfica. E mostrou que de amor ele entende bem – o amor mais próximo da realidade e mais distante da fantasia (ainda que em muitos casos o espectador torça pela fantasia).


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*  Tem duas opções de torrent: uma com o filme pesando 1,3 GB e outra com 7,6 GB. O de 1,3 GB teve problemas no áudio quando rodado em alguns programas, sobretudo o Media Player Classic. Já o mais pesado eu não testei.

Top 10 - JUNHO


Junho, mês dos namorados. Dos casais apaixonados.
Que viva, então, o amor. O Top 10 de Junho é dedicado a ele.

“Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma numa matéria prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva
Ou em rima”

(Paulo Leminski)


Antes do amanhecer (Before Sunrise) – EUA/Áustria/Suíça (1995)
Direção: Richard Linklater

- Foi muito lindo te ver pela primeira vez e pensar, sem palavras: eu quero.
- E eu quis fazer de mim algo tão claro quanto um rio sem profundidade.
- Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz.
- Nada é eterno. O café esfria, o cigarro apaga, o tempo passa, as pessoas mudam.
(Caio Fernando de Abreu)


Houve uma vez dois verões (idem) – Brasil (1995)
Direção: Jorge Furtado

O amor é como a criança: deseja tudo o que vê. Mas nem sempre pode ter!
(William Shakespeare)







Uma doce mentira (De vrais mensonges) – França (2010)
Direção: Pierre Salvadori

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p´ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quando sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
(Fernando Pessoa)

Loucos de amor (Mozart and the Whale) – EUA (2005)
Direção: Petter Naess

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
e a outra metade...
Também.
(Oswaldo Montenegro)






Como se fosse a primeira vez (50 first dates) – EUA (2004)
Direção: Peter Segal

O difícil não é conquistar várias mulheres diferentes, mas sim, conquistar a mesma mulher várias vezes.
(autor?)







Embriagado de amor (Punch-Drunk Love) – Estados Unidos (2002)
Direção: Paul Thomas Anderson

Eu não sei tocar, mas se você pedir
Eu toco violino, fagote, trombone, saxofone.
Eu não sei cantar, mas se você pedir
Dou um beijo na lua, bebo mel himeto
Pra cantar melhor.

Se você quisesse!... até na morte eu ia
Descobrir poesia.
Te recitava as pombas, tirava modinhas
Pra te adormecer.
Até um gurizinho, se você deixar
Eu dou pra você...
(Vinícius de Moraes)

O amor nos tempos do cólera (Love in the time of cholera) – EUA (2007)
Direção: Mike Newell

Te amo não por quem tu és, mas por quem sou quando estou contigo.
(Gabriel Garcia Márquez)






A noiva de Chucky (Bride of Chucky) – Canadá/EUA (1998)
Direção: Ronny Yu
Afinal de contas, era necessário amar um ser humano real? Nunca durava muito. Havia muitas diferenças entre os sexos, e o que começava com amor, geralmente acabava como guerra.
(Charles Bukowski)





O mesmo amor, a mesma chuva (El mismo amor, la misma lluvia) – Argentina (1999)
Direção: Juan José Campanella

e eu gostaria de estar perto de você nesse dia
sem o peso do mundo nas costas
dançando à beira-mar, sob um céu nublado
e que as águas de sua rainha molhem nossos pés
e que os pingos das chuvas refresquem nossas cabeças
e deixem ainda mais molhados o nosso beijo...



Apenas o fim (idem) – Brasil (2008)
Direção: Matheus Souza

... e que nossas lágrimas escorram pelos nossos sorrisos
que de felicidade se lembrarão daquilo que só a gente viveu
porque papéis são feitos para acabar

nós não.
(Alex Hercog)



Download:
Torrent *

* Pacote com torrent de todos os filmes e suas respectivas legendas (agradeço a Antonio Fernando pela contribuição dos arquivos).

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