Direção: Heddy Honigmann
Documentário que traz poemas eróticos escritos por Carlos Drummond de Andrade, publicados após a morte do escritor.
O título do filme é “O amor natural”, mas que de natural ele não tem é nada.
A produção holandesa percorre o Rio de Janeiro, apresentando para os moradores da cidade poemas eróticos escritos por Carlos Drummond de Andrade.
Do ponto de vista literário, ótimo. São poesias pouco conhecidas e que revelam que o poeta entendia muito de sexo e que tinha uma capacidade enorme de, com as palavras corretas, tornar atraente algo que é moralmente um tabu (ainda mais em uma sociedade de quase 20 anos atrás).
Só que do ponto de vista cinematográfico, o filme é terrível. A intenção era mostrar a reação de “pessoas comuns” diante dos poemas. No entanto, é notório que quem está ali são atores ou pessoas que nitidamente interpretam sua cena, como bem queria a direção. Aliás, pude reconhecer uns dois ou três que de fato são atores. As reações, portanto, soam falsas e previsíveis, o que destrói o caráter documental da obra.
Portanto, para quem gosta de Drummond (e de sexo verbal), é um bom filme. Mas para quem gosta de cinema (e ainda mais se tiver acostumado com Eduardo Coutinho), a obra é incômoda.
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