domingo, 3 de novembro de 2013

Top 10 - NOVEMBRO



20 de novembro: dia da Consciência Negra.

Dia em que morreu Zumbi dos Palmares - símbolo representativo da resistência do negro no período da escravidão.

Hoje, 125 anos após a legislação brasileira abolir a escravidão, o racismo ainda é um desafio a ser superado.

O negro tem mais que o dobro de chances de ser assassinado, em relação ao branco. Mais da metade da população carcerária é negra. Antes das cotas universitárias, menos de 10% dos negros estudavam em universidades federais. Dois terços das favelas são compostos por moradores negros. O desemprego é maior entre os negros.

A novela “Amor à vida” – um dos programas de maior audiência da tv brasileira – possui 82 personagens. Apenas 4 são negros: Jayme, uma criança órfã; Ailton, auxiliar de serviços gerais no hospital; Judith, psicóloga; e Inaiá, enfermeira e portadora de HIV. Ali Kamel, diretor geral da TV Globo é autor do livro “Não somos racistas”.

No Brasil, a pobreza ainda tem cor e endereço.

O mês de novembro serve para pormos o dedo na ferida e desmascarar o racismo velado que existe no país. Mas, também, para homenagearmos todos aqueles que contribuíram para o orgulho, e resistência do negro na sociedade.

O Top 10 de Novembro é dedicado ao Dia da Consciência Negra e a todos que se fazem merecedores, como o Ilê Aiyê, que no dia 1º comemorou 40 anos!




Ao mestre, com carinho (To sir, with love) – EUA (1966)
Direção: James Clavell

O quadro negro, na verdade, tem a cor da esperança
Que caia um temporal sem pedir licença
E faça desabar essas velhas crenças.
Visões estúpidas, espalhadas pelo mundo
Que associou a cor preta a tudo que é imundo.
O negro discrimina o próprio negro, sim.
Se aqueles que apontas como negro não se acha assim
Cresceu aprendendo que ser negro é feio
Se é tudo de ruim, quem quer andar no meio?
Quem escreveu a história do negro nesse país?
Basta ver a cor do giz.




Amistad (Amistad) – EUA (1997)
Direção: Steven Spielberg

Que noite mais funda calunga, no porão de um navio negreiro
Que viagem mais longa candonga, ouvindo o batuque das ondas
Compasso de um coração de pássaro, no fundo do cativeiro.


Quem me pariu foi o ventre de um navio.
Quem me ouviu foi o vento no vazio.
Do ventre escuro de um porão, vou baixar no seu terreiro.
Epa raio, machado e trovão.
Epa justiça de guerreiro!
(Maria Bethânia)





Madame Satã (idem) – Brasil (2002)
Direção: Karim Aïnouz
Do horizonte vai rasante o meu grito, vai encontrar aquele negro bonito
Que transava bem o corpo e o espírito, possuído de amor e conflito.
No seu rosto sempre viam um sorriso.
Foi no teu corpo moço, onde a paz fez abrigo.
Sempre amava a pátria negra Jamaica, era um pedaço de nossa mãe África
Ele queria igualdade entre as raças e batalhava nos palcos de praças.







Carandiru (idem) – Brasil (2003)
Direção: Hector Babenco

E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina.
111 presos indefesos. Mas presos são quase todos pretos.
Ou quase pretos. Ou quase brancos. Quase pretos de tão pobres.
E pobres são como podres.
E todos sabem como se tratam os pretos.
(Caetano Veloso)








Crash – no limite (Crash) – EUA (2004)
Direção: Paul Haggis

E aí chegaram os negros
Com toda a sua beleza
Com toda a sua tradição
Com toda a sua religião
E tentada, cultivada
Sendo mutilada, pelos heróis anônimos da nossa história
E eles sobreviveram e estamos aqui hoje.


Eu sou negão
Meu coração é a liberdade!
(Gerônimo Santana)



Hotel Ruanda (Hotel Rwanda) – Inglaterra (2004)
Direção: Terry George

Em cada estalo, em cada estopim, no pó do motim
Em cada intervalo da guerra sem fim
Eu canto assim:
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira!
Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu grande terreiro, meu berço e nação
Zumbi protetor, guardião padroeiro
Mandai a alforria pro meu coração
(Gilberto Gil)






Quase deuses (Something the Lord Made) – EUA (2004)
Direção: Joseph Sargent
Apartheid disfarçado todo dia
Quando me olho não me vejo na TV
Quando me vejo estou sempre na cozinha
Ou na favela submissa ao poder
Será que um dia eu serei a patroa
Sonho que um dia isso possa acontecer
Ficar na sala, não ir mais para a cozinha
Agora digo o que vejo na TV
Um som negro
Um deus negro
Um Adão negro
Um negro no poder
(Adão Negro)



Quanto vale ou é por quilo? (idem) – Brasil (2005)
Direção: Sergio Bianchi

Imagina Ilê, tentaram lavar minha consciência
Dizendo que nada tem a ver
Com esse meu ser revolucionário.
Sou capacitado, tudo o que eu faço é um estado, uma relíquia do prazer.
Sou consistente, me sinto, no mais, tão resistente.
O saber faz você inteligente.
Imagina Ilê, tentaram injetar na minha mente tamanha mentira inexistente
Pensando que eu estava inconsciente
Mas se enganou.
(Ilê Aiyê)





Cafundó (idem) – Brasil (2005)
Direção: Clóvis Bueno; Paulo Betti

O que peço no momento é silêncio e atenção
Quero contar o sofrimento que eu passei sem razão
O meu lamento se criou na escravidão
Que forçado passei.
Eu chorei
Sofri as duras dores da humilhação.
Mas ganhei, pois trazia Nanãê no coração.
(Os Tincoãs)







Django livre (Django unchained) – EUA (2012)
Direção: Quentin Tarantino

Vamos amigo lute, vamos amigo ajude
Se não acaba perdendo o que já conquistou.
Vamos, levante, lute. Vamos, levante ajude.
Vamos, levante, grite. Vamos, levante, agora.
Que a vida não parou. A vida não para aqui.
A luta não acabou. E nem acabará.
Só quando a liberdade raiar.
Liberdade! Liberdade! Teu povo clama”Lili”!
(Edson Gomes)
 



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