quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

113 – A mulher faz o homem (Mr. Smith goes to Washington) – EUA (1939)


Direção: Frank Capra
Jovem interiorano e idealista é eleito para o Senado e chega à capital americana cheio de sonhos e aspirações. Mas não demora para que ele descubra os verdadeiros interesses que movimentam seus colegas de congresso.

Política crua. Como contribuir com o país sem passar pelas vias institucionais? É preciso jogar. E, para isso, seguir regras pré-determinadas do jogo. Na maioria das vezes, jogá-lo significa ter que deixar de ser puro. Ainda assim, não se deve contrariar os interesses dos “meia dúzia” de empresários que mandam no país. Os donos da grana. Os que fazem políticos serem eleitos e ocuparem cadeira no congresso. E quando algum político não samba do mesmo lado que eles, é preciso derrubá-lo. E vale tudo. Inclusive, se utilizar das brechas que o próprio Estado dispõe. Vale cassar o seu mandato. Vale manda-lo para a cadeia. Vale acusa-lo de corrupção. E vale difamá-lo pelo tempo que for preciso. Fazer o povo acreditar que ele é o inimigo número 1 do país. Um dos maiores corruptos da nação. E eles têm poder pra isso. Pesa a seu favor, uma arma fortíssima: a mídia. A mesma “casta” que reúne empresários e políticos “testas de ferro” é a que controla os principais meios de comunicação do país. Com essa arma, “criam a opinião pública”. Ocultam a versão do acusado e apresentam versões difíceis de serem contestadas. Até por osmose, passa-se a acreditar nessa versão publicada e corroborar com as acusações que são gritadas pelos quatro cantos. Uma mídia alternativa tentará dar voz ao acusado, publicar novos fatos, confrontar as “verdades” estabelecidas. Outros, tentarão ir às ruas, demonstrar seu apoio. Mas, será insuficiente. O poder de quem controla o país (e o congresso e a imprensa) é tão grande, que seus adversários serão condenados. Com ou sem provas. Mas, sem antes passar por um devido linchamento moral, para servir de lição a qualquer um que queira jogar – as regras estão dadas, ou joga ou fica de fora.


Mas, como somos advertidos logo no início: “Nomes e fatos nesse filme são fictícios. Qualquer semelhança é mera coincidência”.


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