segunda-feira, 31 de março de 2014

33 – Chico & Rita (Chico y Rita) – Espanha (2012)


Direção: Fernando Trueba, Javier Mariscal, Tono Errando
É uma animação britânico-espanhola para adultos que se passa em 1948 e conta a história de um jovem pianista cubano chamado Chico e uma bela cantora com uma voz extraordinária, chamada Rita. Um romance ardente e um desejo musical os une, mas sua jornada – na tradição da balada latina, o bolero – traz dor e tormento. De Havana para Nova York, Paris, Hollywood e Las Vegas, duas pessoas apaixonadas batalham contra as impossíveis probabilidades de se unir na música e no amor. A ideia era criar um filme inspirado nos clipes de La Negra Tomasa, do músico cubano Compay Segundo.



Chico & Rita é uma das melhores maneiras de passear pelas calles, cultura e música cubana.

Bom de se ver e ouvir.

Uma das animações mais competentes que eu já vi. Consegue mesclar uma incrível reprodução/representação da geografia de cidades cubanas e estadunidenses com uma narrativa para gente grande, no ritmo certo.

O filme canta, encanta e emociona.


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sábado, 29 de março de 2014

32 – À beira do caminho (idem) – Brasil (2012)


Direção: Breno Silveira
Para fugir dos traumas do passado, o caminhoneiro João (João Miguel) resolve deixar sua cidade natal para trás e cruzar o país. Ele dirige Brasil afora, sempre solitário, até que numa de suas viagens descobre que o menino Duda (Vinicius Nascimento) se escondeu em seu caminhão. Duda é órfão de mãe e está à procura do pai, que fugiu para São Paulo antes mesmo dele nascer. A contragosto, João aceita levá-lo até a cidade mais próxima.



Mais um belo trabalho de João Miguel que, tal como em Mutum, sai novamente bem ao contracenar com uma criança.

No entanto, o filme não apresenta muita novidade. Nem cenários, nem diálogos, nem argumento que já não tenhamos visto por aí. O roteiro é bem quadradão, com seus pontos aritmeticamente montados para não errar a receita. Talvez se houvesse mais ousadia, menos medo de errar e mais originalidade, teríamos uma grande obra.

Ficou bonito, bom de se ver e de se ouvir, mas sem trazer nada de novo. Já um ponto de destaque foram as “frases da caminhão”, escolhidas com preciosismo.


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quinta-feira, 27 de março de 2014

31– A criada Hanyo (Hanyo) – Coréia do Sul (1960)


Direção: Kim Ki-Young
O filme é um thriller de horror doméstico Um compositor de piano acaba de se mudar para uma casa de dois andares com sua esposa e dois filhos. Quando sua esposa grávida fica exausta de trabalhar em uma máquina de costura para sustentar a família, o compositor contrata uma empregada para ajudar com o trabalho da casa.



Clássico sul-coreano.

Longe de ser um terror, com gritos, fantasmas e outros exageros. Hanyo é simplesmente um suspense psicológico, com uma alta dose de tensão provocada, sobretudo, pela trilha sonora e sua mise-en-scéne. A locação foi escolhida a dedo. Aquelas divisórias caíram como luva no propósito de tensionar. Toda vez que eram abertas, vinha o suspense de saber o que estava se passando no determinado cômodo ou o que poderia acontecer. A face sinistra de Hanyo atrás das janelas também davam um susto a mais.

No entanto, do meio pro final o filme foi se perdendo. Uma série de fatos absurdos, que não se justificam, foram acontecendo e tirando toda a credibilidade da história. Algumas situações são risíveis. E termina com um final tosco, com um moralismo machista e cafona.

Mas, ainda assim, é um filme bom de ser visto.


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terça-feira, 25 de março de 2014

30 – Antes da chuva (Before the rain) – Macedônia (1994)


Direção: Milcho Manchevski
Uma Macedônia dilacerada pela guerra serve como pano de fundo para três narrativas: 'Palavras', na qual monge se apaixona por garota refugiada; 'Rostos', em que fotógrafa se vê dividida entre marido e amante; e 'Imagens', que mostra o retorno do premiado fotógrafo Aleksander à sua nativa Macedônia.




Conflitos étnicos de um povo dividido. O ciclo de violência que não perdoa ninguém. As regras que devem ser cumpridas, por menos sentido que se tenha. A dificuldade de o amor vencer a guerra. E, tudo isso, apresentado em um roteiro inteligente e ousado. Antes da Chuva é uma bela pérola do leste europeu. Mais uma!

domingo, 23 de março de 2014

29 – O sonho de Wadjda (Wadjda) – Arábia Saudita (2012)


Direção: Haifaa Al-Mansour
Wadjda tem dez anos de idade, e mora no subúrbio de Riade, a capital da Arábia Saudita. Ela é uma garota teimosa e cheia de vida, que gosta de brincar com os garotos. Um dia, após uma disputa com o amigo Abdullah, ela vê uma bela bicicleta verde à venda. Wadjda gostaria de comprar a bicicleta, para superar o colega em uma corrida, mas na sociedade conservadora onde vivem, garotas não podem dirigir carros ou bicicletas. Ela decide então fazer de tudo para conseguir o dinheiro sozinha.



No mês em que se comemora o dia da mulheres, é interessante observar a representação feminina, do outro lado do mundo. De acordo com o filme, na Arábia Saudita – sem esquecer das semelhanças com o Brasil – o machismo impera, dita as regras da sociedade e impõe os limites das mulheres.

De uma forma leve, divertida e muito bonita O sonho de Wadjda traz essa representação cultural de sua sociedade. Mistura traços culturais e sociais a partir da construção de personalidade da apaixonante Wadjda. Linda criança e ótima atriz!

Recomendo pegar a bicicleta e dar um passeio pelas ruas sauditas, que o cinema e Wadjda nos oferecem.


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sexta-feira, 21 de março de 2014

28 – Esse obscuro objeto do desejo (Cet obscur objet du désir) – França (1977)



Direção: Luís Buñuel
Logo após Mathieu (Fernando Rey) entrar em um trem, ele joga um balde de água numa bela jovem que estava na plataforma, causando uma grande surpresa para os passageiros que ocupavam a mesma cabine de Mathieu. Ele resolve explicar para os outros passageiros a razão do seu ato e lhes conta que ficou bem obcecado por Conchita (Carole Bouquet). Começou então um jogo de gato e rato no qual Mathieu, um homem rico e sofisticado que está entrando na 3ª idade, tenta obsessivamente ganhar os afetos de uma jovem de 18 anos.




Último filme de Luís Buñuel.


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quarta-feira, 19 de março de 2014

27 – Filhos de João – Admirável Mundo Novos Baianos (idem) – Brasil (2011)


Direção: Henrique Dantas
Documentário sobre os Novos Baianos, grupo musical dos anos 60 e 70.

Que me perdoem a falta de modéstia, mas ser baiano é fundamental. É de um orgulho inexplicável ser conterrâneo dos Novos Baianos, de Moraes, Pepeu, Baby, Paulinho e Galvão, de João Gilberto, de Tom Zé, de Armandinho, Dodô e Osmar. E de poder, ainda que diferente, curti-los no carnaval de Salvador.

Novos Baianos é, sem dúvida, uma das maiores bandas brasileiras. Que encanta não só pelas músicas, pelas variações de ritmos e pela estética, mas também pela história de vida. Uma banda, um sítio e um modo de vida que, no tempo que durou, deve ter sido muito bom.


Eles mereciam um filme que contasse um pouco de suas histórias, estórias, invenções, criações e delírios. E esse filme cumpriu bem esse papel. Tudo kakaka na féféfé! 


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segunda-feira, 17 de março de 2014

26 – King Kong (King Kong) – Estados Unidos (1933)


Direção: Merian Cooper, Ernest Schoedsack
Um gigantesco gorila é encontrado numa ilha do Pacífico pela tripulação do navio de uma companhia petrolífera. Na ilha vivia uma tribo de nativos que oferecia mulheres em sacrifício ao gorila. Os tripulantes salvam Ann Darrow, uma sobrevivente de um naufrágio, prendem o gorila, e o levam para ser exposto em um espetáculo em Nova Iorque.

Algumas curiosidades sobre esse clássico (fonte: Adoro Cinema):

- Os modelos de King Kong usados no filme tinham apenas 40 centímetros de altura mas, na história, o personagem tinha 15 metros.
- O rugido de King Kong no filme era na verdade uma combinação feita com os rugidos de leões e tigres.
- Na época das filmagens de King Kong tanto o Empire State Building quanto o prédio da Chrysler estavam sendo construídos em Nova York. Inicialmente o roteiro previa que Kong escalaria o prédio da Chrysler, que seria o prédio mais alto do mundo. Porém uma mudança nos planos de construção do Empire State Building fez com que ele se tornasse o prédio mais alto, fazendo também com que fosse o escolhido pelos produtores para a escalada de Kong no filme.
- A cena em que King Kong escala o Empire State Building foi rodada com um homem vestido de macaco escalando uma torre em miniatura, idêntica à original.
- As cenas da floresta foram rodadas no mesmo set de filmagens de  The Most Dangerous Game (1932).
- A ponte construída para os sets de filmagens de King Kong. Foi destruída na filmagem da cena do incêndio em Atlanta, de E o Vento Levou (1939).
- King Kong arrecadou US$ 90 mil em seu fim de semana de estréia, sendo a maior abertura do cinema norte-americano em todos os tempos até então. O sucesso do filme nos cinemas foi uma das causas que evitou a falência da RKO Radio Pictures, produtora do longa-metragem.
- Foi lançado 4 vezes nos cinemas norte-americanos entre 1933 e 1952, sendo que a cada relançamento novas cenas eram incluídas no filme.
- Refilmado em 1976 e 2005.
- Seguido por “O Filho de King Kong” (1933).


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sexta-feira, 14 de março de 2014

25 – Minha vida de cachorro (Mitt Liv som Hund) – Suécia (1985)


Direção: Lasse Hällstrom
Com o agravamento da tuberculose da mãe, menino é separado do irmão e enviado para aldeia do norte da Suécia. Banhado em um clima poético, é um dos melhores filmes sobre crianças que o cinema já fez.

Que filme lindo!

O paradoxo da vida: a ausência de coisas que valem muito à pena pode ser preenchida por diversas outras inexpressivas. Uma luta de boxe, uma piada, um maluco, uma casa de brinquedos, uma canção, uma fantasia. Pequenas coisas ao redor, capazes de dissolver a dor da perda, da angústia.

A magia da infância e suas descobertas. Como é bom tentar lembrar, com o coração, das sensações experimentadas na meninice e que nunca mais voltarão. Minha vida de cachorro nos permite fazer esse exercício, o que já faz um bem danado.

Um filme que poderia ser triste e melancólico. E, em alguns momentos, o é. Mas é como essa tristeza se perpetuasse em uma ilha, rodeada de pequenos momentos de felicidade por todos os lados. Além da dor e da beleza de crescer, de experimentar, de descobrir.


E, assim, a vida segue...


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terça-feira, 11 de março de 2014

24 – Jovem aloucada (Joven y alocada) – Chile (2012)


Direção: Marialy Rivas
Daniela (Alicia Rodriguez) é uma jovem de 17 anos que teve uma rígida criação no seio de sua família evangélica. A rebeldia e a frustração, próprias de sua idade, a leva viver uma vida pautada em aventuras sexuais que são narradas em um blog. Uma dessas aventuras é descoberta e a menina é expulsa do colégio e proibida pela família de prestar o vestibular. Como castigo, sua mãe (Aline Kuppenheim), impõe que a jovem trabalhe em uma emissora que produz programas gospel, onde ela conhece Thomas (Felipe Pinto) e Antônia (Maria Gracia Omegna). A relação com Thomas e Antônia, potencializará os questionamentos existenciais de Daniela, intensificando também as suas experiências individuais frente à vida.

Em Joven y alocada a mulher pode transar, sentir prazer, gozar, comer queijo, comer carne, se apaixonar, não se apaixonar, se masturbar e falar baixaria.

A personagem, por sua vez, é obrigada pela mãe a seguir uma religião que não a permite fazer nada disso. Como ela mesma diz, é como se “não furnicarás” fosse o mandamento número 1. É por isso que o filme bate de frente na religião e esfrega na cara do espectador cenas de sexo explícito.

A obra é altamente recomendada para todos e todas que não se reprimem por sentir prazer; para homens que reprimem as mulheres por elas sentirem prazer; e para mulheres que buscam enfrentar a repressão e alcançar o prazer.


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domingo, 9 de março de 2014

23 – Fogo contra fogo (Heat) – Estados Unidos (1995)


Direção: Michael Mann
Em Los Angeles é cometido um assalto no qual são roubados US$ 1,6 milhão de títulos ao portador e três policiais são mortos no assalto. Assim, um detetive da Divisão de Roubo e Homicídio (Al Pacino) assume o caso. Apesar de contar com poucas pistas, de estar lidando com ladrões profissionais além de ter problemas em sua vida pessoal, ele tenta impedir que esta quadrilha continue operando.

Com Al Pacino x Robert de Niro, o filme já tem meio caminho andado.

De resto, Michael Mann só precisou dosar um bom ritmo de narrativa, com tiroteios na dose certa; romances, piadas e mortes; e caprichar nos diálogos e na cena final.

Tudo no ponto certo. O que resultou em um dos grandes filmes de ação!


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quinta-feira, 6 de março de 2014

Top 5 - MARÇO

5 filmes para ver dançando




1. Ó Paí, Ó (idem) - Brasil (2007)
Direção: Monique Gardenberg
Porque o carnaval de Salvador nunca tem fim...

2. Siga em frente, Munna Bhai (Lage Raho Munna Bhai) - Índia (2006)
Direção: Rajkumar Hirani
Para passar uma semana com as músicas na cabeça e treinando a coreografia.

3. Kuduro - Fogo no Museke (idem) - Angola (2007)
Direção: Jorge António
Para desenferrujar o joelho e balançar a cintura.

4. Maria Bethânia - a pedrinha de Aruanda (idem) - Brasil (2007)
Direção: Andrucha Waddington
Para acalantar e sentir saudades de Santo Amaro.

5. Vou rifar meu coração (idem) - Brasil (2011)
Direção: Ana Riper
Porque sofrer por amor é bom demais.

terça-feira, 4 de março de 2014

22 – Dear Zachary: a letter to a son about his father (idem) – Estados Unidos (2008)



Direção: Kurt Kuenne
Andrew Bagby era o melhor amigo do cineasta Kurt Kuenne desde a infância, tendo inclusive, atuado em quase todos os filmes feitos pelo amigo na infância e adolescência. Mas Andrew acabou sendo assassinado com cinco tiros pela sua namorada na época, Shirley. Kurt então, resolveu fazer um último filme protagonizado pelo amigo: um projeto pessoal, entrevistando pessoas próximas a Andrew e utilizando as muitas filmagens que tinha de Andrew.

Impactante e surpreendente.

Um murro no estômago.

Uma história inimaginável, que a torna difícil concebê-la como real.

Não tem nem muito o que comentar. As palavras, além de desnecessárias, são prejudiciais.

Só vendo para entender.


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sábado, 1 de março de 2014

21 – A grande beleza (La grande bellezza) – Itália (2013)



Direção: Paolo Sorrentino
Um escritor, que vive da fortuna e prestígio do seu único livro e que leva uma vida fútil, regada a grandes festas e poucos amigos, parte em busca da grande beleza.


Como não se apaixonar!? Um filme que Fellini aplaudiria. Que é para ser visto com o coração. Mais uma grande pérola de Sorrentino. O resto é blá, blá, blá, blá.


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