Direção: Steve McQueen
12 Anos de Escravidão é baseado na inacreditável verdadeira história de um homem que luta por sobrevivência e liberdade. Na época pré-Guerra Civil dos Estados Unidos, Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro livre do norte de Nova York, é sequestrado e vendido como escravo. Diante da crueldade de um dono de escravos (Michael Fassbender) e de gentilezas inesperadas, Solomon luta não só para se manter vivo, mas também para manter sua dignidade.
Minha cidade, uma província localizada na costa atlântica brasileira, possui maioria negra, descendentes de habitantes de diversos países africanos, trazidos para serem escravizados. Ela, atualmente, é administrada por uma família aristocrática de sobrenome “Magalhães”. Seu secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, recentemente lamentou não haver mais pelourinhos e ter que depender da Justiça para resolver problemas com inadimplentes e devedores de IPTU.
O meu estado é o estado brasileiro cuja polícia, de maioria negra, mais mata negros.
O meu país passou mais de 100 anos para implantar as primeiras políticas públicas para reparar as consequências da escravidão do negro pelo branco, que durou 358 anos. Ainda assim, encontrou e ainda encontra resistência por boa parte da sociedade.
Na tv do meu país, cerca de 10% dos atores das novelas são negros.
O meu estado fatura muito dinheiro graças à cultura trazida do continente africano. Na dança, culinária, música, religião e estética a principal marca são as tradições e aprendizados oriundos dos descendentes originários da África. No entanto, a grande maioria do empresariado e dos moradores dos bairros nobres não são negros. 3% dos deputados são negros. E menos de 15% do secretariado que compõe o governo do Estado são negros.
Na minha cidade, quanto mais caro for o camarote e o bloco de carnaval, menor a quantidade de negros.
Minha cidade, meu estado e meu país são exemplos vivos de que o racismo existe e que a divisão étnica da sociedade continua presente.
“12 Anos de Escravidão” serve não somente para nos emocionarmos com uma comovente história, mas para lembrarmos que as lutas contra o racismo são diárias e continuam vivas.
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