sexta-feira, 31 de outubro de 2014

86 – Os suspeitos (Prisoners) – Estados Unidos (2013)


Direção: Denis Villeneuve
Em Boston, um pai de família deve lidar com o desaparecimento de sua filha e de um amigo dela. Quando suspeita que o detetive encarregado das buscas já desistiu de procurar pelo culpado, este pai desesperado começa a desconfiar de todas as pessoas ao redor.


Ótimo suspense. Um dos melhores dos últimos tempos. Talvez o melhor desde Ilha do Medo, de Scorsese.

Precisei de 110 minutos, dos quase 150, para matar a charada.

As grandes virtudes do filme são o drama psicológico que deixa a narrativa tensa do início ao fim e o mistério que, no meu caso, durou 110 minutos.

Mas, convenhamos, Os Suspeitosestá longe da perfeição. Possui diversas falhas. Algumas questões ficam em aberto, usadas apenas para confundir e enganar o espectador, mas que não faz sentido na narrativa. Além de um tipo de clichê extremamente saturado em filmes de suspense, exemplo genérico: quando o detetive está distraído e, numa acaso do acaso do acaso ele descobre quem é o assassino. Ou seja, aquela boa e velha sequencia em que o policial derruba o café no papel, o papel tem um desenho, o desenho o faz lembrar de uma tatuagem, que era igual ao do zelador do prédio onde o suspeito morava, e então ele descobre o assassino. Isso é só um exemplo desse típico clichê, que em Os Suspeitosse repete, de outra forma, é claro. Essa e outras “muletas” são as principais fragilidades do filme.

Acabei falando mais dos defeitos, do que dos acertos. Mas posso garantir que as falhas não são suficientes para minimizar as virtudes, que são muitas. Vale à pena conferir!


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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

85 – Sem fôlego (Ddongpari) – Coréia do Sul (2008)



Direção: Yang Ik-Joon
O bandido Hong-Soon conhece a estudante Han Yeon-Heui, que finge ser de boa família, mas na verdade é vítima de seu pai e de seu irmão. Ambos têm problemas com o passado e com a violenta realidade do presente.

Violento. Duro. Forte.

Daqueles filmes que vão lá no fundo da escrotidão humana e tenta achar resquícios de humanidade, até no ser mais escroto.

A narrativa tem suas imperfeições. Se estende demais no seu miolo, mas finaliza com profunda sensibilidade, ainda que impactante.



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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

84 – Gulaal (Gulaal) – Índia (2009)


Direção: Anurag Kashyap
Dilip, um estudante de direito que é um Rajput de Bikaner, e seu servo fiel, Bhanwar ,encontram habitação segura em um velho pub da era britânica, transformado em hospedaria. Lá encontra Rananjay "Ransa", um príncipe que despreza as ideologias de seu pai e da aristocracia.


Um filme interessante, apesar de um pouco confuso. É longo e se não ficar muito atento, fica sem entender algumas partes e até o todo. Mas a narrativa é bem elaborada, não cansa e possui alguns bons planos e belas imagens.

É o cinema indiano mostrando sua diversidade e apresentando um diretor bom de ação.


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terça-feira, 28 de outubro de 2014

83 – Xala (Xala) – Senegal (1975)


Direção: Ousmane Sembene
Do cineasta senegalês Ousmane Sembene, Xala conta a história de um corrupto funcionário público, El Hadji, que casa-se com a sua terceira esposa usando fundos roubados. Quando El Hadji realiza seu casamento, descobre que foi almaldiçoado com a impotência, maldição essa conhecida como "xala". O contexto histórico acontece depois da conquista da independência do Senegal, e há óbvios significados metafóricos para a impotência de El Hadji.


O humor para falar de política. Ousmane Sembene, há quase 40 anos, já tratava aspectos políticos de uma forma muito hábil. Não devia ser fácil fazer cinema em Senegal nessa época. Mais difícil ainda seria usar uma linguagem simples, para dizer muita coisa.

Xala é mais uma das grandes obras do cinema do continente africano, daquelas boas se surpresas que se encontram despretensiosamente.


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domingo, 26 de outubro de 2014

82 – O elemento do crime (Forbrydelsens Element) – Dinamarca (1984)


Direção: Lars von Trier
Fisher chega ao Cairo depois de ter conduzido um inquérito sobre um homicídio na Europa. Ele mal se lembra do que aconteceu e procura a ajuda de uma terapia. Sob hipnose, viaja através da memória e da sua dor... pela Europa.


O primeiro filme de Lars von Trier.


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sábado, 25 de outubro de 2014

81 – Os do Norte (De Noorderlingen) – Holanda (1992)


Direção: Alex van Warmerdam
No ano de 1960, em um complexo habitacional do interior da Holanda, o cotidiano dos habitantes é modificado por diversas situações inusitadas. O menino Thomas se torna obcecado pelas notícias da independência do Congo, criando um alter-ego, Lumunba. Seus pais passam por sérios conflitos no casamento, e o carteiro Plagge lê a correspondência de todos os moradores, conhecendo seus hábitos peculiares, escondidos sob a imagem de normalidade.


Histórias bizarras. Personagens bizarros. Acontecimentos bizarros. Enfim, um filme bizarro.

O que não significa algo ruim. E que não necessariamente o torna bom. Mas, “bizarro” é a melhor forma de defini-lo.

Nada de personagens típicos ou situações de fácil digestão.

Uma obra peculiar, curiosa, misteriosa. Considerado um dos 20 melhores filmes da Holanda.


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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

80 – Minha mãe é uma peça (idem) – Brasil (2013)


Direção: André Pellenz
Adaptação da comédia que já levou quase um milhão de espectadores aos teatros pelo Brasil, “Minha Mãe é uma Peça – O Filme”, acompanha as hilárias peripécias de Dona Hermínia, uma mulher de meia idade, aposentada, que após ser trocada pelo marido por uma mulher mais nova e não ter mais que cuidar dos filhos já crescidos, tem como preocupação maior procurar o que fazer. Sem um trabalho ou um companheiro, a nada simpática Dona Hermínia passa seu tempo desabafando com a tia idosa, fugindo da vizinha fofoqueira, ou “enchendo o saco” dos filhos ao tentar continuar a “cuidar” da vida deles.



Dá pra distrair. Há quem ache engraçadíssimo e morra de rir. Não foi o meu caso. Tirando uma ou outra piada, foram poucas às vezes que vi graça no filme. Acho que o exagero da personagem me incomodou – e creio que foi justamente isso que fez tanta gente gostar. Não é dos piores, mas não tem nada de mais...


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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

79 – Que Viva México! (Da Zdravstvuyet Meksika) – União Soviética (1979)


Direção: Sergei Eisenstein
Depois de revolucionar a edição cinematográfica com as montagens de Potenkin e A Greve, o diretor soviético Sergei Eisenstein, foi para Hollywood testar sua capacidade na Indústria Cinematográfica. Ignorado pelos produtores de filmes americanos, Eisenstein, Grigory Alexandrov e o Dir. de Fotografia Eduard Tisse, maravilhados com a etnia, geografia e a diversidade cultural mexicana, começaram a filmar um documentário altamente estilizado do povo e da sociedade volátil do México. Infelizmente, por problemas financeiros o diretor não conseguiu editar o filme.
Em 1979, com longas anotações, desenhos (story board) de próprio punho, e rigorosa orientação do mestre Eisenstein, Alexandrov conseguiu finalizar a melhor e definitiva versão e a mais próxima possível do projeto inicial.



O que seria – é – não deixa de ser – o último filme de Eisenstein. Ainda que não tenha sido dele a montagem final, justamente onde consistia sua genialidade.


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terça-feira, 21 de outubro de 2014

78 – O estranho mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas) – Estados Unidos (1993)


Direção: Henry Selick
Fábula natalina ao estilo de Tim Burton, mostra monstro da terra do Halloween tentando reproduzir o natal em sua cidade. Nem que para isso precise sequestrar o papai-noel.


Produção de Tim Burton. Um clássico da animação, feito no começo da década de 1990, onde a tecnologia hoje nos parece ser pré-histórica. Ainda assim, Henry Selick conseguiu fazer um filme que não deve nada aos realizados nos anos 2000. E ainda, de quebra, com o protagonista em crise existencial. Mais um filme infantil para gente grande e vice-versa.


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domingo, 19 de outubro de 2014

77 – Corpo congelado (Mrtav´ladan) – Sérvia (2002)


Direção: Milorad Milinkovic
Lemi e Kiza são os irmãos que foram encarregados de levar seu avô morto de Belgrado para Vrsac, tendo gasto todo o seu dinheiro, eles decidiram contrabandear o corpo em um comboio.


Um besteirol sérvio. Do estilo de “um morto muito louco”.


Um tanto longo, dando voltas demais e um pouco previsível. Tira alguns risos, dá um pouco de graça, mas é bem fraquinho.


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sábado, 18 de outubro de 2014

76 – Gandhi (Gandhi) – Inglaterra (1982)


Direção: Richard Attenborough
Biografia de Mahatma Gandhi, advogado indiano que liderou seu país de maneira pacífica contra os ingleses e se tornou um dos mártires do século 20 e um dos líderes mais seguidos e citados de todos os tempos.

Simplesmente inspirador.

Gandhi faz com que até o pior dos pessimistas recupere um pouco a fé na humanidade e nas possibilidades de transformações. Esse filme me fez perceber que pouco sei sobre a vida a atuação política de Gandhi. Que atrás daquele homem franzino, existiu um grande estrategista. Um dos mais importantes do século XX. Se alguém me recomendar alguma obra literária que desvende um pouco mais os seus mistérios, eu agradeço.


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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

75 – Serviço (Serbis) – Filipinas (2008)


Direção: Brillante Mendoza
Nanay Flor é a matriarca da família Pineda, que mantém em funcionamento um cinema com sessões duplas de filmes pornô. Todos da família trabalham ao lado de Nanay Flor: a filha Nayda, o genro Lando e a filha adotiva Jewel, além dos sobrinhos Alan e Ronald. Na medida em que os personagens são apresentados, vamos conhecendo os pecados de cada um - a começar por Nanay Flor, que mantém um casamento bígamo.



O dia-a-dia de cortiço filipino, onde funciona um cinema pornô. “Serviço” é o que é oferecido aos frequentadores, aos espectadores.

Nesse ambiente, o sexo é naturalizado. E as relações pessoais e familiares são um emaranhado. Nessa espécie de comunidade está a matriarca, que enquanto tenta dar conta de seus próprios problemas e dramas, tem que garantir a ordem e o equilíbrio do cortiço, das pessoas, do cinema.


Um filme moralmente ousado, feito para provocar.


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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

74 – Os fuzis (idem) – Brasil (1963)


Direção: Ruy Guerra
Um grupo de soldados é enviado ao nordeste do Brasil para impedir que cidadãos pobres saqueiem armazéns por causa da fome.


Bela obra do cinema brasileiro. A primeira que assisto do diretor Ruy Guerra, já despertando a vontade de conhece-lo mais.

A sinopse já diz muito. O filme diz muito mais. Sertão, câmera que persegue as reações dos personagens, luz estourada. Uma população morrendo de fome, enquanto a polícia protege os armazéns. Isso já basta para repensarmos nossas relações sociais e para que(m) serve a polícia.

Que esse tempo do Nordeste faminto fique apenas no passado e no cinema.


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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

73 – Aguirre, a cólera dos deuses (Aguirre, der zorn gottes) – Alemanha (1972)


Direção: Werner Herzog
Algumas décadas após a destruição do Império Inca o explorador Gonzalo Pizarro envia uma expedição para uma arriscada missão, encontrar e tomar posse do tão sonhado e enigmático "El Dorado", um lugar cheio de ouro e riquezas. Deixando as montanhas do Peru, os conquistadores rumam em direção ao rio Amazonas, e logo começam a enfrentar os perigos e dificuldades da traiçoeira selva. Além disso, obcecado e louco por riqueza e poder, Don Lope de Aguirre passa a liderar o grupo. E, em meio a sua total insanidade, parte com a expedição de conquistadores para uma bizarra jornada rumo ao desconhecido.



Clássico do diretor Werner Herzog e do ator Klaus Kinski.

A obra se destaca por dois principais elementos. Primeiro, a força histórica que originou a narrativa: uma expedição pelas selvas peruanas, em 1541. Em busca de El Dorado, uma suposta cidade rica em ouro, um grupo de conquistadores espanhóis se aventurou pelo rio Amazonas. Ninguém voltou. No entanto, uma jóia rara foi encontrada: o diário do Frei Gaspar de Carvajal, que acompanhava a expedição.

O segundo elemento fundamental do filme é a forma com que Herzog representa esse fato histórico. O diretor não se fixou apenas em contar uma história, mas retratar o psicológico e delírios dos personagens.

Um grande filme!


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domingo, 12 de outubro de 2014

72 – Os Bastardos (Los Bastardos) – México (2008)


Direção: Amat Escalante
Um dia na vida dos personagens Jesús (Jesús Moisés Rodríguez) e Fausto (Rubén Sosa), dois imigrantes ilegais do México que sobrevivem aceitando os trabalhos que lhe são oferecidos. Suas vidas vão se cruzar com a de Karen (Nina Zavarin), quando aceitam o trabalho para matá-la.

O meu primeiro filme desde que voltei da viagem, acompanhado de dois argentinos que conheci em Manaus.

Eu poderia gastar algumas palavras para emitir minha opinião sobre esse filme, mas prefiro dizer que ao final da película eu disse para os argentinos: “perdón”. E ele me respondeu: “eu nunca na minha vida vou te perdoar por isso”.

Mas depois fiquei matutando, talvez eu que seja burro demais para entender esse filme catastrófico.


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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

71 – Hitchcock (Hitchcock) – Estados Unidos (2012)


Direção: Sacha Gervasi
A trama, situada durante as filmagens do clássico de 1960 "Psicose", narrará o romance entre o icônico diretor Alfred Hitchcock (Anthony Hopkins) e sua esposa e parceira Alma Reville (Helen Mirren).

Assisti esse filme após cruzar a fronteira do Ecuador com Colombia, partindo de Ipiales rumo a Bogotá. O filmou passou no ônibus em que eu estava, dublado em espanhol.

Honestamente, achei esse filme abaixo de minhas expectativas. Afinal de contas, o título do filme é suficiente para gerar grandes expectativas. Hitchcock é um gênio! É um prazer único ver cada uma de suas obras, a cada filme uma nova descoberta.

No entanto, justamente os elementos que fazem o diretor um gênio, não foram utilizadas pelo diretor. Não que eu esperasse genialidade semelhante da direção, mas ele poderia ter ousado um pouco mais, como o fez na última sequencia do filme – uma ótima sacada, que poderia ter tido mais dessas ao longo do filme. De qualquer forma, o diretor optou por priorizar a narrativa e apresentar ao espectador um “lado B” de Hitchcock: seu lado pessoal e sua relação com sua esposa.

Ficou um pouco novelesco em alguns momentos, mas ainda assim acho que é um filme fundamental para aqueles que, assim como eu, são fãs de Hitchcock. Mas para aqueles que conhecem pouco do diretor, sugiro que antes vejam algumas de suas principais obras, sobretudo “Psicose” e “Os Pássaros”.



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terça-feira, 7 de outubro de 2014

[ESPECIAL] De Volta!


Depois de rodar a América do Sul, estou de volta.

Bom estar novamente por aqui e matando a saudade dos filmes.

Aos poucos vou atualizando os links expirados e mantendo as postagens periódicas.

Para me desculpar do tempo fora e do abandono ao blog, segue um Top 10 em homenagem aos lugares que visitei.


1. O quarto de Leo (El cuarto de Leo) – Uruguai (2009)
Pra celebrar minha passagem por Punta del´Este, Montevideo y Colonia do Sacramento.

2. Nenhum homem mais (Ni um hombre más) – Argentina (2012)
Para celebrar minha passagem por Buenos Aires, Rosario, Cordoba y Villa General Belgrano.

3. Tragam-me a cabeça da mulher metralhadora (Tráiganme la cabeza de la mujer metralleta) – Chile (2012)
Para celebrar minha passagem por Santiago, Valparaiso, Viña del Mar y San Pedro de Atacama.

4. Dependência sexual (Dependencia sexual) – Bolívia (2003)
Para celebrar minha passagem por Uyuni, Sucre, Cochabamba, La Paz y Copacabana.

5. MadeinUsa (MadeinUsa) – Peru (2006)
Para celebrar minha passagem por Cusco, Machu Picchu, Lima, Trujillo, Chachapoyas, Pedro Ruiz, Moyobamba, Santa Elena, San Ignacio y La Balsa.

6. La Tigra (La Tigra) – Equador (1990)
Para celebrar minha passagem por Cuenca, Guayaquil, Puerto Lopez, Montanita, Los Frailes, Baños, Latacunga, Quilotoa y Quito.

7. Satanás (Satanás) – Colombia (2007)
Para celebrar minha passagem por Bogotá, Medellin, Turbo, Sazpurro y Cartagena.

8. Habanastation (Habanastation) – Cuba (2011)
Para celebrar minha passagem por Havana, Playa Larga, Playa Giron, Cienfuegos y Trinidad.

9. Hermano (Hermano) – Venezuela (2010)
Para celebrar minha passagem por Caracas y Santa Elena de Uyarén.

10. Colegas (idem) – Brasil (2012)

Para celebrar minha passagem por Boa Vista (RR), Manaus (AM), Santarém, Rurópolis, Marabá, Parauapebas e Belém (PA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Salvador (BA).


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Torrent + Legenda (pacote de torrent e respectivas legendas dos 10 filmes)

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