segunda-feira, 10 de novembro de 2014

91 – O franco atirador (The deer hunter) – Inglaterra (1978)


Direção: Michael Cimino
Três amigos recrutados para a guerra do Vietnã são capturados pelos vietcongues. Além de mal-tratados fisicamente, é a tortura psicológica um jogo de roleta russa entre eles que os fará repensar o motivo de tudo aquilo.


Um filme de guerra que transborda sensibilidade. Durante a primeira metade, o diretor vai delicadamente construindo as relações de amizade dos personagens e que darão sentido a toda trama. Nessa parte se celebra a vida, com tudo o que ela tem direito: bebedeira, briga, música, amor, felicidade. É o prelúdio da guerra do Vietnã.

E tão abrupta como a vida, a narrativa é interrompida por um corte seco, que já insere o espectador na segunda parte do filme: a guerra. E com tudo o que ela tem direito: loucura e morte.

Daí em diante, é a roleta russa que nos faz lembrar que tudo está por um fio. A apreensão do espectador se transforma em alívio ao ouvir o “click”. Mais até que a dos personagens, que parecem se conformar que a morte é aqui e agora.

E a última sequência é de uma sutileza extraordinária. Os personagens, em luto, tentando driblar o silêncio e buscando disfarçar a dor. Me fez lembrar a canção de Oswaldo Montenegro: “eu conheço o medo de ir embora, não saber o que fazer com as mãos”. Literalmente, eles não sabem o que fazer com as mãos. E o diretor vai captando todos esses detalhes, trazendo uma naturalidade incrível à cena e apertando de angústia o coração do espectador.

Que filme forte!


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