Direção: Stanley Kubrick
Spartacus, um homem que nasceu escravo, labuta para o Império Romano enquanto sonha com o fim da escravidão.
Um épico de Kubrick. Muito bom, olhando pela perspectiva de um épico. Muito abaixo do esperado, olhando pela perspectiva de um Kubrick.
O roteiro da obra segue uma linearidade e uma falta de humanização no personagem principal, Spartacus. Kubrick o fez como um “herói perfeito”: o cara ético, respeitador, valente, emotivo, que trata todos bem e com horizontalidade, que é piedoso com o inimigo, e que não se desfaz de seus princípios nem no momento mais crítico. Ou seja, um personagem “desumanizado”, sem contradições, falhas, dúvidas, oscilações, desequilíbrios e erros. E, isso, particularmente, fica muito aquém dos personagens construídos por Kubrick em diversas obras, como em Laranja Mecânica, Glória feita de sangue e Nascido para matar, que fogem do típico herói caricatural.
A genialidade de Kubrick pode ser vista em algumas sequências, como no belíssimo balé cênico realizado no campo de guerra entre romanos e escravos. Mas essa pitada de genialidade, típica do diretor acabou sendo muito mais discreta na maior parte do filme, como na construção dos personagens e na previsibilidade do roteiro em diversas situações.
Mas, só para lembrar, tirando a expectativa criada sobre a áurea de Kubrick, Spartacus é um épico de respeito, que representa bem o conflito entre explorados e exploradores da era romana, e que é inspirador para os explorados dos tempos contemporâneos.
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