sábado, 31 de outubro de 2015

100 – O quarto de Leo (El cuarto de Leo) – Uruguai (2009)


Direção: Enrique Buchichio
O Quarto de Léo é a primeira obra de Enrique Buchichio e conta a história de Léo, um jovem que em pleno processo de descoberta da sexualidade reencontra Caro, uma ex-colega, que vive também a sua crise pessoal. O reencontro de ambos vai provocar marcas profundas nos conflitos pessoais de cada um.



Mais uma boa produção latino-americana, desde Uruguay! Ainda que não seja nenhum filme marcante e com algumas falhas. Mas é modesto, simples e dá conta do recado que propõe a dar.


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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

99 – Close up (Nema-ye Nazdik) – Irã (1990)


Direção: Abbas Kiarostami
Jovem cinéfilo apaixonado pelo trabalho do diretor iraniano Mohsen Makhmalbaf acaba preso ao se fazer passar pelo famoso diretor e vai a julgamento, acusado por uma família rica de falsidade ideológica, roubo e extorsão.


A ilusão imaginária consiste em crer que a realidade tem o poder de sua própria representação, em atribuir à realidade ausente representada pela imagem o poder de se apresentar ela mesma em imagem. (...) Essa ilusão está de algum modo ligada àquilo que podemos chamar de transparência da imagem. (...) Não vemos a imagem, só vemos a própria coisa representada, assim podemos dizer. (WOLFF, 2005, p.38)

Antes da arte, olhávamos para o ícone e acreditávamos ver o próprio deus, diretamente, sem representação. Depois da arte, olhamos para a televisão e cremos ver a própria realidade, diretamente, sem representação. A causa está ausente, o trabalho de produção da imagem não é mais visto na imagem (...) Mas, nos dois casos, o céu ou a terra, há homens que criam as imagens, por inteiro, um homem que escolhe seu enquadramento, suas cores, que seleciona o que vai mostrar e o que vai esconder. (WOLFF, 2005, p. 43-45)

(...) no palco um ator se apresenta sob a máscara de um personagem para personagens projetados por outros atores. A platéia constitui um terceiro elemento da correlação. Elemento que é essencial, e que entretanto, se a representação fosse real, não estaria lá. Na vida real, os três elementos ficam reduzidos a dois: o papel que um indivíduo desempenha é talhado de acordo com os papéis desempenhados pelos outros presentes e, ainda, esses outros também constituem a platéia (GOFFMAN, 1999, p. 9)

O “eu”, portanto, como um personagem representado, não é uma coisa orgânica, que tem uma localização definida, cujo destino fundamental é nascer, crescer e morrer; é um efeito dramático, que surge difusamente de uma cena apresentada, e a questão característica, o interesse primordial, está em saber se será acreditado ou desacreditado (GOFFMAN, 1999, p. 231)

GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. Trad. Maria Célia Santos Raposo. 8.ed. Petropolis, RJ: Vozes, 1999.

WOLFF, Francis. “Por trás do espetáculo – o poder das imagens” in NOVAES,  Adauto. Muito além do espetáculo. 1a Edição: Editora Senac: São Paulo, 2005.


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domingo, 25 de outubro de 2015

98 – Puro Mula (Puro Mula) – Guatemala (2011)


Direção: Enrique Pérez Him
Joel Fonseca nunca foi a pessoa mais responsável em seu bairro. Aos 28 anos ainda vive com seu pai e sua única motivação para acordar de manhã é tocar violão e beber cerveja. Mas neste dia de sua agenda lotada é interrompido quando sua irmã lhe pede para cuidar de seu filho.


País novo no blog: Guatemala!

É divertido ouvir o sotaque guatemalteco e ver uma história sendo desenrolada de maneira leve e bem-humorada. A parte técnica é bem limitada e o filme não arranca gargalhadas. Mas, ainda assim, uma boa produção de nossos hermanos.


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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

97 – O rei da noite (idem) – Brasil (1975)


Direção: Héctor Babenco
São Paulo, década de 1940, um Don Juan paulista começa a namorar duas irmãs, que são filhas da melhor amiga da sua mãe. Ele acaba, então, se casando com uma mulher com quem ele vive brigando.


Primeira ficção de Héctor Babenco. É perceptível a evolução do diretor, ainda que O Rei da Noite possa ser considerado uma boa estreia.


A estética do filme é bem próxima do “padrão de baixa produção” do cinema nacional de antigamente, e seu roteiro e ritmo também não são lá essas coisas. Mas O Rei da Noite não deixa de ser um bom exemplar da filmografia brasileira, mesmo considerando às suas limitações. A história, que parece ter sido extraída de algum romance de Nelson Rodrigues e, sobretudo a atuação de Paulo José, são pontos altos do filme. E a obra também se tornou um prato cheio para se discutir a lógica machista que ainda rege a nossa sociedade atual.


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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

96 – Sonata de Outono (Höstsonaten) – Suécia (1978)


Direção: Ingmar Bergman
Uma pianista visita a filha no interior da Noruega. A mãe é uma artista de renome internacional, mas a filha é tímida e deprimida. O encontro das duas é tenso, marcado por lembranças do passado e revela uma relação repleta de rancor, ressentimentos e cobranças.


Às vezes até penso “pô, Bergman tem umas coisas muito novela das oito”. Mas, de repente, o cara dá um nó. São vários os elementos que dão essa virada: um plano inicialmente novelesco, muda, sobretudo pelo movimento dos atores, e transforma totalmente a fotografia da cena; os diálogos, aparentemente melodramáticos, dão uma porrada e desnorteia o espectador; de repente, uma sequencia de frases disparadas como uma rajada de balas, cada uma mais impactante que a outra, cada uma mais destroçante.

Além de tudo isso, Sonata de Outono talvez seja um dos filme mais autobiográfico de Bergman – qual não é? - e acho extremamente talentoso e sensível utilizar personagens femininas para representar aquilo que – segundo dizem – tem a ver diretamente com ele. É como se, dessa maneira, ele universalizasse seus sentimentos. Tipo um Chico Buarque, que consegue cantar no feminino e contemplar tantas mulheres. Bergman transpõe suas dores pessoais, de uma relação familiar conturbada, para um sentimento universal, que ultrapassa questões de classe, nacionalidade e gênero.

Que porrada!


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domingo, 18 de outubro de 2015

95 – O Homem Urso (Grizzly Man) –Estados Unidos (2005)


Direção: Werner Herzog
A vida e a morte de Timothy Treadwell, ecologista e especialista em ursos. Por 13 verões consecutivos Treadwell foi para o Alasca viver desarmado entre esses animais. Nas últimas 5 vezes ele documentou sua viagem com uma câmera. Em outubro de 2003 os restos mortais de Treadwell e de sua namorada Amie Huguenard foram encontrados pelo piloto que deveria trazê-los de volta. O casal fora devorado por um urso, o primeiro caso registrado de ataque naquele campo. Herzog utiliza as filmagens de Treadwell para explorar sua personalidade e levantar questões sobre a difícil relação entre homem e natureza.


Documentário estranho! A história, por si só, já dá um filme. No entanto, algumas situações parecem extremamente forjadas. As cenas em que o diretor Werner Herzog participa soam falsas, ensaiadas, com choros forçados e interpretações bizarras. Quase não dá pra acreditar que algumas sequencias tão amadoras tenham sido realmente dirigidas por Herzog.

No entanto, a montagem e o roteiro do filme são interessantes. É curioso ver a capacidade de manipulação do diretor, que inicialmente provoca no espectador um sentimento de apreço ao personagem Timothy Treadwell (o Homem-Urso), mas depois essa imagem inicial vai sendo desconstruída, reconstruída, desconstruída: "protetor dos animais", "louco", "mimado", "egocêntrico", "defensor dos ursos", "prejudicial aos ursos". Enfim, o diretor deixa na mão do espectador a interpretação que o desejar, sem forçar a barra e sem mitificar Timothy Treadwell.


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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

[ESPECIAL] 90 filmes de diretores negros e diretoras negras



Por obra do acaso, o 366filmesdeaz chega à marca de 900 mil visualizações justamente no dia que inaugura a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação. Por isso, nada mais justo que preparar uma postagem especial.

Ao chegar nas 500 mil visualizações, postei um especial com 500 filmesbrasileiros. Ao chegar nas 700 mil visualizações, postei um especial com 70filmes dirigidos por mulheres. Agora, a postagem especial pelas 900 mil visualizações traz 90 filmes dirigidos por diretores e diretoras negras e negros.

A própria dificuldade na pesquisa e na disponibilidade de filmes já revela o quanto o mercado cinematográfico é excludente e o quanto é necessário ocupar esse espaço. Por isso, em comemoração às 900 mil visualizações e à Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, o 366filmesdeaz disponibiliza os filmes abaixo. Todos são longas, com áudio original e legenda, exceto os que estão sinalizados.

Em respeito à memória de Zumbi e Dandara! Em reconhecimento aos cineastas negros que rompem as barreiras do cinema. E pelo enfrentamento ao racismo, estão disponíveis 90 filmes de diretores negros e diretoras negras.

É assim mesmo a vida, é pra compartilhar!




Ababacar Samb-Makharam
Jom ou A História de um Povo (Senegal, 1982)

Abderrahmane Sissako
Timbuktu (Mauritânia, 2014)

Adama Drabo

Ta Dona (Mali, 1991) sem legenda

Amma Asante
Belle (Grã-Bretanha, 2013) sem legenda

Ângelo Torres
Mar e Selva (São Tomé e Príncipe, 2005)

Anthony Hemingway
Esquadrão Red Tails (EUA, 2014) dual audio

Antoine Fuqua
Dia de Treinamento (EUA, 2001) dual áudio

Antônio Pitanga
Na boca do mundo (Brasil, 1978)

Ava DuVernay
Selma: uma luta pela igualdade (EUA, 2014) dual áudio



Bassek Ba Kobhio
Le grand blanc de Lambaréné (Gabão, 1995) sem legenda

Bill Duke
Homens perigosos (EUA, 1997)

Bille Woodruff
Rags – o poder da música (EUA, 2012)

Brian Hooks
7eventy 5ive (EUA, 2007) sem legenda

Carl Franklin
O Diabo veste azul (EUA, 1995)

Charles Burnett
O casamento do meu irmão (EUA, 1983)

Charles S. Dutton
Réu Primário (EUA, 1997) sem legenda

Charles Stone III
Lila e Eve (EUA, 2015)

Cheryl Dunye
The Watermelon Woman (EUA, 1996) sem legenda



Dany Kouyaté
Keita! O legado do griot (Burkina Faso, 1996)

David “Tosh” Gitonga
Minha vida em Nairóbi (Quênia, 2012)

Denzel Washington
O grande desafio (EUA, 2007) dual áudio

Désiré Ecaré
Visages de femmes (Costa do Marfim, 1985) sem legenda

DJ Pooh
Confusões no lava-jato (EUA, 2001) sem legenda

Djibril Diop Mambéty
A pequena vendedora de sol (Senegal, 1999) média

Djo Munga
Viva Riva! (Congo, 2010)

Ernest R. Dickerson
Juice – uma questão de justiça (EUA, 1992)

Euzhan Palcy
Assassinato sob custódia (EUA, 1989) sem legenda



F. Gary Gray
Código de conduta (EUA, 2009) dual áudio

Fanta Régina Nacro
A noite da verdade (Burkina Faso, 2004)

Flora Gomes
Nha Fala (Guiné Bissau, 2002)

Forest Whitaker
A filha do presidente (EUA, 2004) sem legenda

Gaston Kaboré
Wend Kuuni (Burkina Faso, 1982) sem legenda

George C. Wolfe
Um momento pode mudar tudo (EUA, 2004) dual

George Tillman Jr.
Homens de honra (EUA, 2000) dublado

Gina Prince Bythewood
A vida secreta das abelhas (EUA, 2008)

Gordon Parks
Superfly (EUA, 1972)



Hawa Essuman
Soul Boy (Quênia, 2010)

Hype Williams
Barra Pesada (EUA, 1998) sem legenda

Ice Cube
Policial em apuros (EUA, 2014) dual

Idrissa Ouedraogo
Questão de honra (Burkina Faso, 1990)

Jean Pierre Bekolo
Quartier Mozart (Camarões, 1992) sem legenda

Joel Zito Araújo
A negação do Brasil (Brasil, 2000) documentário

John Singleton
O massacre de Rosewood (EUA, 1997)

Julie Dash
A história de Rosa Parks (EUA, 2002) sem legenda

Justin Simien
Querida gente branca (EUA, 2014)



Kasi Lemmons
Fale comigo (EUA, 2007) sem legenda

Katy Ndiaye
Rastros, pegadas de mulher (Burkina Faso, 2003) documentário

Keenen Ivory Wayans
As Branquelas (EUA, 2004) dual áudio

Kevin Hooks
Roots: the gift (EUA, 1988) sem legenda

Kiluange Liberdade
Oxalá cresçam pitangas (Angola, 2007)

Larissa Fulana de Tal
Lápis de cor (Brasil, 2014) curta

Lee Daniels
Preciosa (EUA, 2009)

Leonce Ngabo
Gito, l´ingrat (Burundi, 1993) sem legenda

Lyès Salem
Mascarados (Argélia, 2008)



Mahamet-Saleh Haroun
Grigris (Chade, 2013)

Malcolm D. Lee
O Natal dos amigos indiscretos (EUA, 2013) dublado

Mansour Sora Wade
O preço do perdão (Senegal, 2001)

Mariano Bartolomeu
Quem faz correr Quim (Angola, 1991) curta

Mario van Peebles
Panteras Negras (EUA, 1995) sem legenda

Martin Lawrence
Entre tapas e beijos (EUA, 2009) sem legenda

Maya Angelou
Ressureição (EUA, 1998) sem legenda

Michael Schultz
O último dragão (EUA, 1985) dublado

Millicent Shelton
O ônibus (EUA, 1998) sem legenda



Morgan Freeman
Bopha: à flor da pele (EUA, 1993)

Ousmane Sembene
Mandabi (Seneral, 1968)

Paris Barclay
Vizinhança do barulho (EUA, 1996) dublado

Patrik Ian Polk
Blackbird (EUA, 2014) sem legenda

Rasselas Lakew
The Athlete (EUA/Etiópia, 2009) sem legenda

Rashaad Ernesto Green
Gun Hill Road (EUA, 2011) sem legenda

Raymond Rajaonarivelo
Mahaleo (Madagascar, 2005) documentário

Richard Ayoade
O duplo (Inglaterra, 2013)

Rick Famuyiwa
Nossa união, muita confusão (EUA, 2010) sem legenda



Robert Townsend
Punhos de aço (EUA, 2008)

Roger Gnoan M'Bala
Em nome de Cristo (Costa do Marfim, 1993)

Ryan Coogler
Fruitvale Station: A última parada (EUA, 2013)

Salim Akil
Pulando a vassoura (EUA, 2011) sem legenda

Sarah Maldoror
Sambizanga (Angola, 1972) sem legenda

Scott Sanders
Black Dynamite (EUA, 2009)

Shaka King
Newlyweeds (EUA, 2013) sem legenda

Souleymane Cissé
O vento (Mali, 1983)

Spike Lee
A Hora do Show (EUA, 2000)



Steve McQueen
Shame (Inglaterra, 2011)

Thomas Carter
Coach Carter - treino para a vida (EUA, 2005) dublado

Tim Story
Pense como eles (EUA, 2012) dublado

Tyler Perry
For Colored Girls (EUA, 2010)

Waldyr Onofre
As Aventuras Amorosas de Um Padeiro (Brasil, 1975)

William Mbaye Ousmane 
Xalima la Plume (Senegal, 2003) documentário

Zezé Gamboa
O grande Kilapy (Angola/Brasil, 2012)

Zola Maseko
Drum - Gritos de Revolta (África do Sul, 2004)

Zózimo Bulbul
Abolição (Brasil, 1988)



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Pacote Torrent (90 filmes)

94 – A morte do sr. Lazarescu (Moartea domnului Lazarescu) – Romênia (2005)


Direção: Cristi Puiu
Sr. Lazarescu chama uma ambulância após sofrer com dores de cabeça e de estômago. Inicia-se então uma viagem através da cidade, entre um hospital e outro, em busca de tratamento médico.


De um realismo incrível, que expõe o contexto de saúde pública na Romênia, mas que se não fosse pelo idioma, poderia se afirmar que o filme se passa no Brasil. Para além da estrutura física, em si, o que universaliza o conteúdo do filme são as relações humanas envolvendo médicos, enfermeiros e paciente. É um humanismo que comove, inclusive a naturalização da desumanização e a mecanização das relações.

Mais uma excelente produção do leste europeu!


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