Direção: Ingmar Bergman
Uma pianista visita a filha no interior da Noruega. A mãe é uma artista de renome internacional, mas a filha é tímida e deprimida. O encontro das duas é tenso, marcado por lembranças do passado e revela uma relação repleta de rancor, ressentimentos e cobranças.
Às vezes até penso “pô, Bergman tem umas coisas muito novela das oito”. Mas, de repente, o cara dá um nó. São vários os elementos que dão essa virada: um plano inicialmente novelesco, muda, sobretudo pelo movimento dos atores, e transforma totalmente a fotografia da cena; os diálogos, aparentemente melodramáticos, dão uma porrada e desnorteia o espectador; de repente, uma sequencia de frases disparadas como uma rajada de balas, cada uma mais impactante que a outra, cada uma mais destroçante.
Além de tudo isso, Sonata de Outono talvez seja um dos filme mais autobiográfico de Bergman – qual não é? - e acho extremamente talentoso e sensível utilizar personagens femininas para representar aquilo que – segundo dizem – tem a ver diretamente com ele. É como se, dessa maneira, ele universalizasse seus sentimentos. Tipo um Chico Buarque, que consegue cantar no feminino e contemplar tantas mulheres. Bergman transpõe suas dores pessoais, de uma relação familiar conturbada, para um sentimento universal, que ultrapassa questões de classe, nacionalidade e gênero.
Que porrada!
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