terça-feira, 29 de março de 2016

24 – Lista de espera (Lista de Espera) – Cuba (2000)


Direção: Juan Carlos Tabío
Uma pequena estação de ônibus no centro de Cuba. Todos os ônibus passam cheios e o único veículo no terminal está quebrado. Não tem solução, mas um grupo de passageiros decide consertar o ônibus.


Um retrato das graças e desgraças de Cuba. Do divertido, malandro e solidário povo cubano. Das paixões, felicidades e frustrações do ser humano universal.

Um pouquinho de amor e humor que, em tempos de ódio, são revolucionários.


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sexta-feira, 25 de março de 2016

23 – Os oito odiados (The hateful eight) – Estados Unidos (2015)


Direção: Quentin Tarantino
Seis ou oito ou doze anos depois do final da Guerra Civil Americana, uma diligência desloca-se a toda velocidade pela paisagem invernal do Wyoming.



Tarantino mais do mesmo de si mesmo: bons diálogos, muitas referências e banho de sangue. Mas com um conteúdo mais vazio. Bem abaixo de seu nível de criatividade.


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terça-feira, 22 de março de 2016

22 – Hannah Arendt – idéias que chocaram o mundo (Hannah Arendt) – Alemanha (2013)


Direção: Margarethe von Trotta
Depois de acompanhar o julgamento do criminoso nazista Adolf Eichmann em Jerusalém, Hannah Arendt ousa escrever sobre o Holocausto como nunca havia sido feito antes. Seu trabalho provoca um escândalo imediato, e Arendt permanece firme enquanto é atacada por amigos e inimigos na mesma medida. Mas enquanto a imigrante judia-alemã luta para romper suas ligações dolorosas com o passado, a sedutora mistura entre arrogância e vulnerabilidade de sua personalidade é exposta, revelando uma mulher lapidada pelo exílio.


Hanna Arendt e sua leitura para além do espetáculo. Ao despir Adolf Eichmann da fantasia de monstro, ela chegou à conclusão: ele era uma pessoa normal. Poderia ser qualquer um de nós. E sua incapacidade de pensar sufocada pela aceitação da hierarquia e dos deveres “em nome da nação” fez com que ele simplesmente cumprisse ordens que resultou em um do maiores extermínios do século XX.


Hanna Arendt nos provoca. Para ela, precisamos pensar. Caso contrário, estaremos sujeitos a vestir a mesma fantasia que Eichmann. A mesma fantasia que Bolsonaros, Felicianos e Malafaias. A mesma fantasia que leva as cores do nacionalismo exacerbado, de que existe uma pátria nossa que precisa ser defendida a qualquer custo e que precisamos provar o nosso nacionalismo colorido: seja o preto, amarelo e vermelho de Hitler; seja o azul e branco de Ariel Sharon; seja o verde e amarelo. Pensar, para que a história não se repita como farsa.


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sábado, 19 de março de 2016

21 – Concorrência desleal (Concorrenza sleale) – Itália (2001)


Direção: Ettore Scola
Umberto (Diego Abatantuono) é um alfaiate que repentinamente começa perder sua clientela para uma loja vizinha, de propriedade de Leone (Sergio Castellitto), que oferece roupas a preços mais baixos. Apesar da rivalidade, os filhos de ambos demonstram grande amizade entre si. Até que um dia vêm a público as diferenças que os concorrentes cultivavam em sigilo: durante uma discussão, Umberto se refere de forma depreciativa ao fato de Leone ser judeu, condição que ele ocultava. A polícia fascista presencia o bate-boca e o comerciante passa a ser perseguido, perdendo sua loja, seus direitos e sua dignidade.

Um dos últimos filmes do gênio Ettore Scola. Com sua sensibilidade única, o diretor consegue criar personagens especiais, humanos, contraditórios, inocentes, astutos. E os põe para se relacionar entre si, para, a partir daí, contar uma parte deplorável da história: a era Mussolini.

Muitas vezes a História nos parece distante e simplista demais. Muitas vezes não entram para os livros informações mais detalhadas, cotidianas, que revelem a progressão dos acontecimentos. Concorrência Deslealpresta esse serviço, ao mostrar como se deu a escalada fascista na Itália. Não foi de um dia para o outro. Foi progressivo, com uma sucessão de retirada de direitos dos judeus, endurecimento do autoritarismo de Estado, sociedade raivosa e, como resultado de tudo isso, a criminalização dos judeus. Algo muito parecido com o que acontece com a criminalização da pobreza no Brasil e o fascismo que sobretudo a população negra é submetida.

Algo muito parecido com o que tem acontecido há anos em todo o Brasil: uma escalada de ódio, retrocesso nas conquistas da população mais pobre e, por fim, um caminhão de areia por cima das instituições democráticas.


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terça-feira, 15 de março de 2016

20 – Rede de Intrigas (Network) – Estados Unidos (1976)


Direção: Sidney Lumet
Apresentador de noticiário recebe a notícia de que está demitido em razão dos seus baixos índices de audiência. Um dia, com o programa no ar, comunica a sua saída da emissora e avisa que se matará na próxima semana, quando o programa estiver no ar.

Uma sequencia mais fulminante que a outra. A vontade que dá é de transcrever o texto, mas na sequencia seguinte já surge um texto mais forte ainda e é impossível colocar tudo. Além de um grande roteiro, Rede de Intrigas tem ótimas interpretações, além de um conteúdo denso, que permite diversas reflexões e interpretações.

É um filme de 40 anos atrás, mas extremamente atual.

Sidney Lumet, o mestre dos tribunais, mostrando que também manja muito de articulação midiática.


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sexta-feira, 11 de março de 2016

19 – O quarto de Jack (Room) – Estados Unidos (2015)




Direção: Lenny Abrahamson
O longa conta a história de Jack, um menino de cinco anos que é criado por sua mãe, Ma. Como toda boa mãe, Ma se dedica a manter Jack feliz e seguro e a criar uma relação de confiança com ele através de brincadeiras e histórias antes de dormir. Contudo, a vida dos dois não é nada normal: eles estão presos em um espaço de 10m². Enquanto a curiosidade de Jack sobre a situação em que vivem aumenta, a resiliência de Ma alcança um ponto de ruptura.

[SPOILER] [MESMO!!!]

O filme tem um ponto de virada muito bem definido, o dividindo em duas partes. Na primeira, um roteiro instigante e uma construção psicológica dos personagens destacável. Já na segunda, o filme se perde e aos poucos suas virtudes vão se diluindo. A imagem que melhor traduz a obra é de uma parábola: vai crescendo, chega no clímax e decresce na mesma proporção.

Na primeira parte, há originalidade e o cuidado de trabalhar a psicologia e a fantasia da história, dentro de um contexto absurdo. A tensão e a velocidade da construção narrativa são feitas de forma cuidadosa. Já na segunda parte, o diretor perde o foco, mistura vários ingredientes e a massa desanda. Ele poderia ter focado em abordar a dificuldade da relação entre o avô e o neto. Ou a exposição e condução midiática. Ou o emocional imprevisível da mãe. Ou a necessidade de adaptação na relação entre a avó e seu namorado. Ou a descoberta fantástica do novo mundo, pela criança. Mas o diretor preferiu falar de tudo isso ao mesmo tempo e acabou sem se aprofundar em nada, ficando muito genérico, solto e, sobretudo, sem emoção, distanciando o espectador da obra, algo inverso do que se tinha conquistado no primeiro momento.

Uma pena, pois o começo do filme prometia.


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quarta-feira, 9 de março de 2016

18 – Nostalgia da luz (Nostalgia de la luz) – Chile (2010)


Direção: Patricio Guzmán
No Chile, a 3.000 metros de altitude, astrônomos do mundo todo se encontram no deserto do Atacama para observar as estrelas. O céu do deserto é tão translúcido que lhes permite ver os limites do universo. É também um local onde o calor forte e seco mantém cadáveres humanos intactos: de múmias, exploradores e mineiros, mas também de prisioneiros políticos da ditadura de Pinochet. Enquanto os astrônomos examinam galáxias distantes em busca de vida extraterrestre, ao pé dos observatórios mulheres cavam o solo do deserto à procura de seus parentes desaparecidos.

Há um ano e meio estive em San Pedro de Atacama. Anestesiado diante daquele mar de areia, sequer imaginaria que o deserto do Atacama guardava embaixo de sua terra estrelas tão brilhantes e longínquas quanto às que iluminam o seu céu. Tão brilhantes e tão difíceis de encontrar. É o paradoxo do infinito, ao mesmo tempo em que se pode senti-lo, é praticamente impossível alcançá-lo.

Que o céu do Atacama, sua história soterrada e seu mar de estrelas e areia continuem mais vivos que qualquer torturador, que qualquer ditador, que qualquer golpista.

Viva Chile!


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domingo, 6 de março de 2016

17 – O homem do ano (idem) – Brasil (2003)


Direção: José Henrique Fonseca
Uma ingênua aposta entre amigos transforma Máiquel (Murilo Benício), um homem comum, em um assassino e herói de toda uma cidade. Deixando-se levar pelos acontecimentos, Máiquel torna-se respeitado por bandidos e pela polícia, sendo também amado por duas mulheres. Até que comete seu primeiro erro e é obrigado a tomar de volta o controle do seu destino.

E é mais ou menos assim que funciona o modelo de segurança pública do país. É mais ou menos assim que surgem as milícias. É mais ou menos assim que os donos do jogo se perpetuam como donos do jogo, ditando as regras e escolhendo seus peões. E é mais ou menos assim que surgem os “cidadãos de bem”.

Ótimo filme, muitos pontos para o cinema nacional. Porque é preciso ter humor para abordar temas nem um pouco engraçados. Ainda mais com um roteiro instigante, uma direção cuidadosa e uma atuação de destaque,


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quarta-feira, 2 de março de 2016

Sugestão do mês: 15 filmes para machista ver

E a sugestão do mês de março traz filmes que representam ou a opressão sofrida pelas mulheres ou a força que vem delas. São filmes para nós homens assistirmos e desconstruirmos nosso machismo, e filmes para mulheres que desprezam a importância do feminismo. Em sua maioria, não são obras panfletárias e nem têm a questão política como elemento central, mas possuem personagens femininas tão fortes quanto suas histórias.



1. Moolaadé (Senegal, 2004)
2. 4 meses, 3 semanas e 2 dias (Romênia, 2007)
3. Cairo 678 (Egito, 2010)
4. Joven y Alocada (Chile, 2012)
5. As Hiper Mulheres (Brasil, 2011)
6. Alice não mora mais aqui (EUA, 1974)
7. Depois de Lúcia (México, 2012)
8. Azul é a cor mais quente (França, 2013)
9. Noites de Cabíria (Itália, 1957)
10. Preciosa (EUA, 2009)
11. A paixão de Joana D´Arc (França, 1928)
12. Sherazade, conte-me uma história (Egito, 2009)
13. Vida Fácil (Grécia, 2004)
14. Para sempre Lilya (Suécia, 2002)
15. Domésticas (Brasil, 2012)

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