segunda-feira, 2 de setembro de 2019
38 - Ganga Bruta (Humberto Mauro) - Brasil (1933)
Direção: Humberto Mauro
Sinopse: Na noite de núpcias, homem descobre que sua mulher não era virgem e, enfurecido, a mata. Depois, enriquece e se apaixona por uma jovem.
A sequencia inicial do filme é um feminicídio. Mas quem chegou atrasado na sessão e perdeu seus 5 primeiros minutos irá encontrar um romance banal, que nem de longe flerta com uma crítica ao machismo da época.
Aliás, à época, o filme foi muito mal recebido, sobretudo por conta de sua defasagem técnica na captação do áudio. Mas ressuscitou décadas depois, quando o baiano Glauber Rocha o considerou um dos melhores filmes nacionais.
Ganga Bruta, como normalmente acontece com obras produzidas há quase um século, serve de memória, que tem seus méritos e merece ser revisitado. Ele pode ser visto tanto por um olhar técnico de quem quer entender a evolução do cinema nacional, quanto por quem deseja se aproximar da cultura da época e compará-la com os dias atuais.
Felizmente, nos dias de hoje, um feminicídio não seria tratado de forma tão corriqueira e banalizado dentro de um filme. Infelizmente, somente em 2018, pelo menos 4.254 mulheres foram mortas por serem mulheres.
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