quinta-feira, 26 de março de 2020

09 - A Praça Tahrir (El Midan) - Jehane Noujaim (Egito, 2013)


Direção: Jehane Noujaim
Sinopse: O que significa arriscar sua vida por seus ideais? Até onde revolucionários podem ir para defender suas crenças na luta pela sua nação?


Uma praça no epicentro de uma turbulência que sacudiu o mundo e provocou um tsunami político até mesmo aqui no Brasil. A Primavera Árabe influenciou as Manifestações de Junho e toda essa catarse acabou liberando monstros que estavam adormecidos.

No Egito, a praça reuniu a utopia por um país mais democrático e por uma sociedade mais livre. Mas também foi palco para oportunistas políticos, extremistas religiosos e violência policial. Tanto lá, quanto cá.

As mudanças vieram. Mas as pautas daqueles que ocuparam a praça não foram atendidas. Ainda assim, esses personagens entraram para a história de seu país. Invisíveis, mas fundamentais para mudar os rumos da nação. Só não se sabe para que direção tá indo...

Dois anos depois desse filme, estive no Egito com minha mãe, passando diversas vezes pela Praça Tahrir. Ver o espaço físico que desencadeou terremotos políticos em todo o planeta dá uma sensação diferente, de ver a memória de uma história ainda viva.

Sessenta anos antes desse filme, nascia minha mãe. Quando ela tinha três anos de idade, o Nasser derrubou o Naguib, e o conflito interno fez com que minha mãe e meus avós se refugiassem no Brasil. Ela teve que lutar por democracia e liberdade por aqui, quando teve que encarar uma ditadura militar ainda na adolescência. Quem ficou no Egito teve que encarar 14 anos do general Nasser, 11 anos do Sadat e 20 anos do Mubarak.

Até que a população ocupou a Praça Tahrir. E Mubarak caiu. No seu vácuo entrou algo pior: os oportunistas/fundamentalistas religiosos da Irmandade Muçulmana. É como se a turma do Silas Malafaia, Edir Macedo, RR Soares e outras lideranças políticas que se utilizam do discurso religioso para ganhar votos, seguidores e dinheiro assumissem diretamente a presidência. O tiro havia saído pela culatra.

Mas a utopia por democracia e liberdade permaneceu. Nunca morre. É por isso que, ao redor do mundo, de tempos em tempos, essa energia que move parte da humanidade faz ocupar novas praças e expôr seus corpos à violência de quem quer que tudo permaneça sob o seu controle. Com Allah acima de tudo e o Egito acima de todos. 


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