sábado, 30 de novembro de 2013

110 – O Vento (Finye) – Mali (1982)


Direção: Souleymane Cissé
Dois adolescentes malineses, Bah e Batrou, oriundos de classes sociais diferentes, encontram-se no liceu. Bah é o descendente de um grande chefe tradicional. O pai de Batrou, governador militar, representa o novo poder. Os jovens pertencem a uma geração que recusa a ordem estabelecida e põe em xeque a sociedade.



Último filme no mês da Consciência Negra, direto do Mali.

A obra do cineasta Souleymane Cissé traz um retrato interessantíssimo de seu país, no começo da década de 1980, mas que é ao mesmo tempo atemporal e ultrapassa fronteiras.

Jovens e velhos hábitos: paixões, drogas, estudos, rebeldia. Governos e autoritarismo. Manifestações de rua e impactos na política. O povo unido, ainda que reprimido. A fé e as tradições. O novo que sempre quer vim.

Finye traz todos esses elementos, construindo um mosaico social, político, familiar e humano que são universais.


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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

109 – Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid) – Estados Unidos (1969)


Direção: George Roy Hill
Dupla de bandidos famosos do velho Oeste foge para a Bolívia.

Os 10 primeiros minutos já prometem: o filme deve ser bom.

O seu desenrolar não deixa dúvidas.

E o final – puta que pariu! – fecha com chave de ouro.

O humor inteligente, sarcástico e irônico dão uma leveza e fluidez ao filme. As cenas de bang-bang são no ponto certo. O perfil dos personagens é tão bom quanto às respectivas atuações de Paul Newman e Robert Redford.

E a ida dos personagens à Bolívia é de uma grande originalidade.

Ótimo filme, com uma estética diferente das costumeiras nos clássicos western. Muito bem elaborada, com uma montagem precisa, que não abre mão da utilização de técnicas avançadas para o gênero, como a mudança de cores e texturas das cenas; a elipse utilizada com a apresentação sequencial de fotografias; e a imagem congelada, com os sons ao fundo, permitindo que cada espectador imagine, crie e dirija sua própria cena.

Simplesmente maravilhoso!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

108 – Laura (Laura) – Estados Unidos (1944)


Direção: Otto Preminger; Rouben Mamoulian
Mark McPherson é o detetive que investiga o assassinato de Laura. A partir do depoimento dos suspeitos, ele cria mentalmente uma imagem da mulher. Eis a pista misteriosa: quem poderia matar uma mulher com quem todo homem que se encontrou apaixonou-se por ela? Mas algo estranho acontece durante a investigação e McPherson terá de repensar todo o caso.

Um noir clássico! Um crime, suspeitos e um detetive de capa e chapéu.

História vai, reviravolta vem.

Ótimos enquadramentos. Movimentos de câmera precisos. Mas um pouco previsível.

Não é o melhor do gênero, mas é uma boa referência.



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terça-feira, 26 de novembro de 2013

107 – O leão do deserto (Lion of the desert) – Líbia (1981)


Direção: Moustapha Akkad
Este é um grande épico que tem lugar no calor do deserto e nos conta a história de OMAR MUKHTAR (Anthony Quinn), um grande herói libio que lutou por sua nação para impedir a invasão italiana durante a segunda grande guerra.

Um interessante filme de guerra, sob a perspectiva da resistência líbia contra a invasão fascista italiana. É verdade que a direção é bem tendenciosa, fazendo de Omar Al-Mukhtar uma figura corajosa, sábia, bondosa e humana. Difícil imaginar que de fato ele era assim, mesmo no calor e brutalidade de uma guerra.

É possível, também, fazer uma analogia com Osama Bin Laden. Há muito em comum. Tanto Omar quanto Osama resistiram à invasão de países estrangeiros (Itália e EUA), dando muito trabalho aos seus respectivos exércitos, que além do inimigo ainda enfrentavam a geografia local, seus desertos, montanhas e grutas – principais armas do exército nativo.

Para a história, Bin Laden entrou como sendo uma figura macabra. Para O Leão do Deserto, Omar foi representado como um herói da resistência. Uma coisa é certa, a história escolhe seus heróis e vilões de acordo com os interesses de quem a escreve.

Em 2009, o hoje odiado Khadafi fez uma visita à Itália, acompanhado do filho de Omar Al-Mukhtar e portando uma foto do líder líbio. O então primeiro-ministro Silvio Berlusconi o recebeu e o cumprimentou sem nem perceber de quem se tratava na foto de Khadafi. Era o “Leão do Deserto” Al-Mukhtar, que foi preso pelos fascistas italianos no futuramente histórico 11 de Setembro (de 1931).

A História é mesmo incrível. Com seus heróis, vilões, mitos, datas, versões e pontos de vista a gosto do freguês. Muitas vezes se repetindo. Muitas vezes como farsa.


E o filme é muito bom.




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domingo, 24 de novembro de 2013

106 – O boulevard do crime (Les enfants du paradise) – França (1945)


Direção: Marcel Carné
Paris, 1828. No meio da multidão do Boulevard do Crime, encontram-se atores e malabaristas. Aqui começa o amor frustrado de Garance com o mímico Baptiste Deburau. Apaixonado, ele não consegue se declarar, pois o espírito livre da mulher o intimida. Ao mesmo tempo, a filha do diretor do teatro, Nathalie, nutre um amor secreto pelo mímico e o jovem ator Frédérick Lemaître começa um relacionamento com Garance, que também ama Baptiste em segredo.


Belíssimo filme. Um ode ao teatro. Personagens riquíssimos. Atores extraordinários. Diálogos interessantíssimos.

Um filme que merece tantos adjetivos e superlativos.

E, ainda assim, faltam palavras para melhor defini-lo.


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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

105 – Orfeu Negro (idem) – Brasil (1959)


Direção: Marcel Camus
Baseado na peça de Vinícius de Morais, o filme de Marcel Camus foi premiado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e com a Palma de Ouro em Cannes. A ação se passa durante o carnaval carioca, no fim da década de 1950, e mantém a estrutura do mito grego. Orfeu (Breno Mello) apaixona-se por Eurídice (Marpessa Dawn), uma jovem recém-chegada do interior. O interesse do rapaz desperta ciúmes em Mira (Lourdes de Oliveira).

 A bela mitologia grega transportada para o Brasil e suas raízes! Uma obra que mexe com muitos signos e símbolos da nossa cultura e o faz de uma forma bastante criativa a partir do mito grego de Orfeu e Eurídice.


Mas, hoje é dia da Consciência Negra. E por isso, dedico esse post a uma das maiores representantes da resistência negra na Bahia e no Brasil: Makota Valdina. Contra o extermínio da juventude negra! À favor de políticas reparadoras e inclusivas! A fala de Makota nesse breve vídeo diz tudo - clique aqui.



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domingo, 17 de novembro de 2013

104 – A ponte do rio Kwai (The brigde on the river Kwai) – Inglaterra (1957)


Direção: David Lean
Capturados pelos japoneses, soldados britânicos são forçados a construir uma ponte sobre o rio Kwai. Nesse meio tempo, o comando aliado instrui um grupo para destruir a obra, dividindo os prisioneiros britânicos.



Mais um épico do mestre David Lean. Os vinte primeiros minutos do filme e seus quinze finais são excelentes. Mas, de modo geral, não corresponde ao potencial que tem o diretor. Um grande filme, mas não tão bom quanto os clássicos Dr. Jivago e Lawrence da Arábia.


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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

103 – Munyurangabo (Munyurangabo) – Ruanda (2007)


Direção: Lee Isaac Chung
Depois de roubar um facão num mercado em Kigali, Munyurangabo e seu amigo Sagwa deixam a cidade numa jornada conectada aos próprios passados. Munyurangabo quer justiça para os pais que foram mortos no genocídio, e Sangwa quer visitar a casa que abandonou há anos. De duas tribos distintas, a amizade entre os dois é posta à prova quando os preocupados pais de Sangwa desaprovam Munyurangabo, alegando que "Hutis e Tutis foram feitos para serem inimigos". Filmado em Ruanda, é a primeira vez que se roda um longa-metragem no dialeto Kinyarwanda. O elenco de atores não-profissionais inspirou muitos elementos do roteiro. O filme registra a memória coletiva local.

A libertação é uma jornada
Ruandeses de Ruanda e ruandeses de fora de Ruanda
Todos que falam Kinyaruanda
Nós descendemos de uma cultura comum
Venha, nós nos sentaremos aqui em Ruanda
Imersos na cultura de Ruanda
Vamos lembrar como veio a libertação, livrando-me de cargas pesadas da minha juventude
Quando eu era jovem e apenas uma criança
Eu brincava na lama e ouvia falar de ódio
Ruanda preparava crianças para a guerra
Crianças escolhidas e armadas contra os inimigos
Eu escutei que os Tutsis eram baratas que deviam ser pisadas
Com rabos como cobras, eles deveriam ser mortos
Nos deram arcos e lanças
E países estrangeiros nos deram armas
Realmente a escuridão chegou em Ruanda,
Facões no lugar de paz
Eu vi pessoas matarem
Muçulmanos e cristãos trabalhando juntos
Unidos pelos facões e pelo desejo de matar
E nossa Ruanda queimou
Rios fluíram com corpos e cadáveres cobriram os campos
A juventude de Ruanda liderou a batalha,
Você não sabe que isso é injustiça?
Essa é nossa Ruanda, seus belos rios e piscinas
Seus belos campos com estradas e sem fome
Se tornaram um cemitério e uma vergonha
Você não sabe que isso é injustiça?
E o exército da Frente Patriótica de Ruanda que fui ensinado a odiar
Decidiu que era hora de defender Ruanda
Ruandeses devem morrer?
Deve haver viúvas?
Os mortos devem envergonhar-se?
Eles disseram ''Não''
A guerra começou em Kinigi, no calor
Todos estavam envolvidos, então entenda, minha criança,
Não se tratava de pistolas ou armas
Tratava-se de uma luta pela verdade
Eu os agradecerei onde quer que eu esteja
Seu heroísmo será conhecido em todo o mundo
De Darfur no Sudão às Ilhas Comores, eles serão admirados
E eu os verei da maneira que o papa vê sua igreja
Mas agora que eles conquistaram, eu pergunto deles
Liberte-nos da pobreza e do analfabetismo, desde que a liberação é uma viagem
Eu começarei com a família, a fundação
Eu condeno os vários homens que não permitem que suas esposas tenham voz
Eles batem nelas e acham que elas são estúpidas
Quem ganha com isso? Homem de bigode e mente pequena
Peito peludo e sem piedade, você oprime sua esposa para ela ficar em casa
Você está matando nossa visão de ser uma nação forte
E as crianças, eu vejo trabalhando tão duro em todos os lugares
Colhendo chá e café, mas eles não podem nem comprar sabão
Que imagem vergonhosa de Ruanda
Dê à criança o que ela precisa e que ela se torne um rei
Seus pais viverão em paz e sua família estará segura
Pequenas garotas não vão à escola e recebem uma vassoura e elas cavam no vale
Porque educação é apenas para seus irmãos
Uma esposa trabalha o dia inteiro e seu marido bate nela
E quem a salvará?
Onde será a libertação?
E homens trabalham duro, o suor escorre
Mas ele não ganha dinheiro e nunca é suficiente
Você não vê que isso é injustiça?
Deixe a liberação vir, e deixe a libertação ser uma jornada
Longe da prostituição e em direção à sabedoria
e a novos projetos feitos com fervor
Os mais ricos podem preparar um presente para dar aos mais pobres
E quão pobre é ele?
Um casa de trigo e uma cama de trigo e ele só come trigo
E então ele é jogado fora como trigo
Realmente, nossa bela Ruanda com belos rios
Belos lagos e campos, com estradas e sem fome
Diga-me
Será um cemitério sem paz?
Você não vê que isso é injustiça?
Deixe-me falar mais
O que acontece nos tribunais de genocídio das aldeias?
Deixe a justiça libertar
Deixe a verdade substituir a mentira em Ruanda
Sentando juntos na grama sem divisão ou ódio, sem mentir para o outro
Como vivemos em paz e os culpados buscam o perdão
Nosso futuro já está falhando
A não ser que comecemos bem nossa jornada, ajudando viúvas e órfãos
E comida para o homem arruinado com nada
O que resta é dividir tudo
Como lutamos contra o ódio
Desejo a vocês o melhor
E eu termino aqui.
Eu, um poeta, falarei novamente
Paz para você em Ruanda
Paz em todo o lugar.




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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

102 – A vida louca (La vida loca) – Espanha/El Salvador (2010)


Direção: Christian Poveda
O documentário La Vida Loca é o último trabalho de um jornalista engajado, na mais fiel acepção da palavra. O filme custou a vida do diretor, o fotojornalista francês Christian Poveda, que voltou sua câmera para os maras, gangues de jovens salvadorenhos. Acabou assassinado possivelmente por integrantes desses grupos. O crime, que mobilizou a organização Repórteres Sem Fronteiras e teve repercussão internacional, ocorreu em Campanera, perto do centro da capital, San Salvador.

Sobretudo, um filme forte. O que o documentário registra é tão impactante que parece se tratar de uma ficção.

Em El Salvador, maras (gangues) batalham entre si e contra a polícia. Até aí, nada de novo. No Brasil, isso é uma realidade presente. Grupos organizados e seus rivais estão em todos os segmentos: tráfico de drogas, torcidas organizadas, bairros, etc.

A principal diferença está literalmente visível nos rostos de cada um. As tatuagens espalhadas pelo corpo e na própria face dos membros das gangues causam um imediato estranhamento. Jovens de 18 anos, com seus rostos tatuados, sinalizando uma total entrega à sua mara. Muitos deles órfãos desde pequenos, sem família, sem estudos, sem perspectivas e que encontram em um grupo de semelhantes o seu porto seguro. A ele, a dedicação de uma vida. Também literalmente, já que a morte precoce é o destino mais provável.

Aliás, a morte é explorada de uma forma bastante invasiva. Em alguns momentos a impressão é que estamos diante de um desses programas policiais de meio-dia. A câmera chega perto do cadáver, sem pudor, sem respeito. De forma crua! Pouco a pouco, os jovens acompanhados pelo diretor são assassinados. E lá estão eles – o diretor e sua câmera – registrando o que restou do indivíduo que, tempos antes revelava ao documentarista um pouco de sua vida. Vida e morte separados por alguns poucos frames e unidos por balas de revólver.

O grande choque de realidade, que nos devolve a noção de que aquilo não é brincadeira e nem se trata de ficção, é saber que o próprio diretor, Christian Poveda, foi um dos que perderam a vida. Em setembro de 2009 seu corpo foi encontrado próximo de um dos bairros controlados pelas gangues. Semanas antes do lançamento de A Vida Loca.  Em 2011, 11 acusados foram condenados, em um julgamento contestado pela organização Repórter Sem Fronteiras, que acompanhou de perto o caso.

De herança, Christian Poveda deixou esse impactante documentário, que inevitavelmente mexe com os sentidos do espectador. Após assisti-lo, é missão quase impossível não dormir pensando em tudo que acabou de ver.


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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

101 – Viva Riva! (Viva Riva!) – Congo (2010)


Direção: Djo Munda
Riva é um sujeito emergente que passou dez anos longe do Congo e fez riqueza integrando o negócio petrolífero. Ao retornar, ele procura seu amigo JM, mas, na primeira noite em que saem juntos, envolve-se com a mulher de um dos bandidos da região e desperta o interesse dos criminosos em seu produto, a gasolina.

Sexo, sexo, tiro, sexo, tiro, tiro, sexo, tiro, sexo, sexo.


Considerado o “Cidade de Deus” do Congo, Viva Riva! Está muito longe de ter a abordagem social que a obra brasileira tem. No entanto, é uma boa produção, com uma trama envolvente. Ainda, que no final das contas traga a sensação de ser “mais do mesmo”, típico de filmes de ação. Exceto pelo fato de que o cenário congolês já é uma novidade em si.



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domingo, 3 de novembro de 2013

Top 10 - NOVEMBRO



20 de novembro: dia da Consciência Negra.

Dia em que morreu Zumbi dos Palmares - símbolo representativo da resistência do negro no período da escravidão.

Hoje, 125 anos após a legislação brasileira abolir a escravidão, o racismo ainda é um desafio a ser superado.

O negro tem mais que o dobro de chances de ser assassinado, em relação ao branco. Mais da metade da população carcerária é negra. Antes das cotas universitárias, menos de 10% dos negros estudavam em universidades federais. Dois terços das favelas são compostos por moradores negros. O desemprego é maior entre os negros.

A novela “Amor à vida” – um dos programas de maior audiência da tv brasileira – possui 82 personagens. Apenas 4 são negros: Jayme, uma criança órfã; Ailton, auxiliar de serviços gerais no hospital; Judith, psicóloga; e Inaiá, enfermeira e portadora de HIV. Ali Kamel, diretor geral da TV Globo é autor do livro “Não somos racistas”.

No Brasil, a pobreza ainda tem cor e endereço.

O mês de novembro serve para pormos o dedo na ferida e desmascarar o racismo velado que existe no país. Mas, também, para homenagearmos todos aqueles que contribuíram para o orgulho, e resistência do negro na sociedade.

O Top 10 de Novembro é dedicado ao Dia da Consciência Negra e a todos que se fazem merecedores, como o Ilê Aiyê, que no dia 1º comemorou 40 anos!




Ao mestre, com carinho (To sir, with love) – EUA (1966)
Direção: James Clavell

O quadro negro, na verdade, tem a cor da esperança
Que caia um temporal sem pedir licença
E faça desabar essas velhas crenças.
Visões estúpidas, espalhadas pelo mundo
Que associou a cor preta a tudo que é imundo.
O negro discrimina o próprio negro, sim.
Se aqueles que apontas como negro não se acha assim
Cresceu aprendendo que ser negro é feio
Se é tudo de ruim, quem quer andar no meio?
Quem escreveu a história do negro nesse país?
Basta ver a cor do giz.




Amistad (Amistad) – EUA (1997)
Direção: Steven Spielberg

Que noite mais funda calunga, no porão de um navio negreiro
Que viagem mais longa candonga, ouvindo o batuque das ondas
Compasso de um coração de pássaro, no fundo do cativeiro.


Quem me pariu foi o ventre de um navio.
Quem me ouviu foi o vento no vazio.
Do ventre escuro de um porão, vou baixar no seu terreiro.
Epa raio, machado e trovão.
Epa justiça de guerreiro!
(Maria Bethânia)





Madame Satã (idem) – Brasil (2002)
Direção: Karim Aïnouz
Do horizonte vai rasante o meu grito, vai encontrar aquele negro bonito
Que transava bem o corpo e o espírito, possuído de amor e conflito.
No seu rosto sempre viam um sorriso.
Foi no teu corpo moço, onde a paz fez abrigo.
Sempre amava a pátria negra Jamaica, era um pedaço de nossa mãe África
Ele queria igualdade entre as raças e batalhava nos palcos de praças.







Carandiru (idem) – Brasil (2003)
Direção: Hector Babenco

E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina.
111 presos indefesos. Mas presos são quase todos pretos.
Ou quase pretos. Ou quase brancos. Quase pretos de tão pobres.
E pobres são como podres.
E todos sabem como se tratam os pretos.
(Caetano Veloso)








Crash – no limite (Crash) – EUA (2004)
Direção: Paul Haggis

E aí chegaram os negros
Com toda a sua beleza
Com toda a sua tradição
Com toda a sua religião
E tentada, cultivada
Sendo mutilada, pelos heróis anônimos da nossa história
E eles sobreviveram e estamos aqui hoje.


Eu sou negão
Meu coração é a liberdade!
(Gerônimo Santana)



Hotel Ruanda (Hotel Rwanda) – Inglaterra (2004)
Direção: Terry George

Em cada estalo, em cada estopim, no pó do motim
Em cada intervalo da guerra sem fim
Eu canto assim:
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira!
Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu grande terreiro, meu berço e nação
Zumbi protetor, guardião padroeiro
Mandai a alforria pro meu coração
(Gilberto Gil)






Quase deuses (Something the Lord Made) – EUA (2004)
Direção: Joseph Sargent
Apartheid disfarçado todo dia
Quando me olho não me vejo na TV
Quando me vejo estou sempre na cozinha
Ou na favela submissa ao poder
Será que um dia eu serei a patroa
Sonho que um dia isso possa acontecer
Ficar na sala, não ir mais para a cozinha
Agora digo o que vejo na TV
Um som negro
Um deus negro
Um Adão negro
Um negro no poder
(Adão Negro)



Quanto vale ou é por quilo? (idem) – Brasil (2005)
Direção: Sergio Bianchi

Imagina Ilê, tentaram lavar minha consciência
Dizendo que nada tem a ver
Com esse meu ser revolucionário.
Sou capacitado, tudo o que eu faço é um estado, uma relíquia do prazer.
Sou consistente, me sinto, no mais, tão resistente.
O saber faz você inteligente.
Imagina Ilê, tentaram injetar na minha mente tamanha mentira inexistente
Pensando que eu estava inconsciente
Mas se enganou.
(Ilê Aiyê)





Cafundó (idem) – Brasil (2005)
Direção: Clóvis Bueno; Paulo Betti

O que peço no momento é silêncio e atenção
Quero contar o sofrimento que eu passei sem razão
O meu lamento se criou na escravidão
Que forçado passei.
Eu chorei
Sofri as duras dores da humilhação.
Mas ganhei, pois trazia Nanãê no coração.
(Os Tincoãs)







Django livre (Django unchained) – EUA (2012)
Direção: Quentin Tarantino

Vamos amigo lute, vamos amigo ajude
Se não acaba perdendo o que já conquistou.
Vamos, levante, lute. Vamos, levante ajude.
Vamos, levante, grite. Vamos, levante, agora.
Que a vida não parou. A vida não para aqui.
A luta não acabou. E nem acabará.
Só quando a liberdade raiar.
Liberdade! Liberdade! Teu povo clama”Lili”!
(Edson Gomes)
 



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