Direção: René Sampaio
João do Santo Cristo deixa Salvador em busca de uma vida melhor e parte para Brasília, onde se envolve no tráfico de drogas. Lá, no entanto, conhece Maria Lúcia, por quem se apaixona, mas terá de rivalizar com o também traficante Jeremias. Adaptação para o cinema da canção "Faroeste Caboclo", da banda brasiliense Legião Urbana.
Uma música que, por si só, já é cinematográfica. Quem já escutou e cantou a canção provavelmente já criou a sua própria representação imagética. Cada brasileiro que tem a Legião Urbana em seu repertório já criou o seu próprio Santo Cristo, sua própria Maria Lúcia e seu próprio Jeremias. Cada um de nós já montou em nossas mentes a cena de Santo Cristo sendo estuprado na prisão, roubando o dinheiro que as velinhas colocavam na caixinha do altar e, finalmente, sendo morto no duelo às duas horas, na Ceilândia, em frente ao lote 14.
Ou seja: René Sampaio já começou em desvantagem. Como se não bastasse o desafio de filmar uma das mais importantes canções de uma das mais importantes bandas do país, ele ainda teve que concorrer com milhões de brasileiros – e futuros espectadores – que já possuíam o seu próprio filme construído na sua cabeça. Portanto, a chance de frustrá-los era enorme. E foi o que aconteceu.
Pelo que li em diversos comentários, o filme foi uma decepção. Mas não para mim. Talvez porque eu tenha visto sem sete pedras na mão, como um fã desconfiado que assiste pensando “quero só ver o que esse cara fez com a música do meu ídolo”. Eu vi sem muita desconfiança, talvez seja por isso que eu tenha gostado e reconhecido o bom trabalho do diretor.
Evidente que não é nenhuma obra-prima do cinema nacional. Mas, é um filme que merece ser visto e respeitado. Acho que Renato Russo teria gostado.
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